O museu National Portrait Gallery, em Londres, anunciou na terça-feira o final da parceria com a BP e juntou-se à lista de instituições culturais que já quebraram as suas ligações a empresas petrolífera, perante a emergência climática.

A BP é a patrocinadora, desde 1989, do Portrait Award, um prestigioso prémio anual daquele célebre museu de Londres, que acolhe retratos de figuras históricas e que atualmente está encerrado para remodelação, estando a sua reabertura prevista para 2023.

“A galeria está muito grata à BP pelo seu apoio ao longo dos anos ao Portrait Award”, referiu o diretor do museu, Nicholas Cullinan, citado em comunicado.

“O seu financiamento ao prémio promoveu a criatividade, incentivou o retrato durante 30 anos e forneceu uma plataforma para artistas de todo o mundo, enquanto inspirava e encantava o público em todo o Reino Unido”, acrescentou.

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No mesmo comunicado, a BP referiu estar “muito orgulhosa” por ter apoiado a arte e a cultura britânica “durante mais de 30 anos”.

O gigante petrolífero pretende alcançar a neutralidade carbónica até 2050 e “precisa de procurar novas formas para fazer o melhor uso do talento, experiência e recursos”, salientou a líder da empresa, Louise Kingham.

O debate sobre o patrocínio de instituições culturais por grandes empresas petrolíferas ganhou força nos últimos anos no Reino Unido, perante a emergência climática.

A Royal Shakespeare Company e a National Galleries of Scotland também já cortaram relações com a BP, e o National Theatre fez o mesmo com a Shell, após pressão de artistas e ativistas ambientais.

O Museu Britânico tem sido criticado pelo patrocínio da BP a uma grande exposição que acaba de ser inaugurada, dedicada ao sítio pré-histórico de Stonehenge.