A Meta, a empresa liderada por Mark Zuckerberg que detém plataformas como o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, diz que criou “um Centro de Operações Especiais” para acompanhar a invasão da Rússia à Ucrânia. Em resposta ao Observador, a tecnológica afirma que os seus “pensamentos [our thoughts, em inglês]” estão “com todos os afetados pela escalada do conflito militar na Ucrânia” e lançou uma nova ferramenta para os utilizadores protegerem os seus dados pessoais.

Estabelecemos um Centro de Operações Especiais para responder à atividade na nossa plataforma em tempo real. É composto por especialistas de toda a empresa, incluindo falantes nativos, para nos permitir monitorizar de perto a situação para que possamos remover o conteúdo que viola os nossos Padrões da Comunidade mais rapidamente. Também lançámos um novo recurso na Ucrânia que permite que as pessoas bloqueiem os seus perfil para fornecer uma camada extra de privacidade e proteção de segurança sobre suas informações”, disse um porta-voz da Meta.

A empresa não adiantou mais informações relativamente ao centro de operações, nem como funciona a nova “ferramenta que fornece uma camada extra de segurança”. Questionada sobre se a Meta permitirá que grupos pró-Rússia continuem ativos na plataforma e se a organização está a trabalhar com o governo dos EUA, com a NATO ou com o governo ucraniano, a tecnológica não respondeu.

Em 2021, como avançou o Politico, documentos internos da empresa, então ainda chamada de Facebook, mostravam que a empresa não tinha conseguido ativar todos os esforços necessários em zonas de conflito para travar innformações falsas ou sensíveis.

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O Twitter, plataforma concorrente, optou por deixar recomendações aos utilizadores que estejam “em zonas de conflito ou outras áreas de alto-risco”. Num tweet em inglês e ucraniano, a rede social alertou os utilizadores para utilizarem uma ferramenta como a autenticação multi-factor e criar uma “palavra-passe forte”. Além disso, a empresa deixou também uma hiperligação para a página oficial onde, caso os utilizadores se sintam “mais seguros com essa opção”, explica os passos necessários para desativarem a conta.

Na quarta-feira, o Twitter esteve no centro de uma polémica, como contou o The Verge, depois de ter desativado contas de utilizadores que partilhavam imagens do conflito na Ucrânia. Em causa, estiveram maioritariamente contas de da “open-source intelligence”, “OSINT”. Ao órgão de comunicação social, a rede social disse que se tratou de um erro. Mesmo assim, alguns investigadores associados a este grupo estiveram sem poder aceder às contas durante 12 a 24 horas.

O Observador contactou esta tarde a Google, que detém plataformas como o Gmail, o YouTube ou o Google Maps, sobre o que a empresa está a fazer relativamente aos acontecimentos na Ucrânia, não tendo tido ainda resposta.