A Honda não tem sido o construtor mais activo no mercado europeu, mas a situação está em vias de mudar. Com o novo Civic ao virar da esquina, a marca japonesa apresentou em Portugal o novo HR-V, que vai começar a entregar aos primeiros clientes que o encomendaram na próxima semana. Trata-se de um SUV compacto equipado com um motor híbrido, que extrai 131 cv de três motores e é proposto por um preço a partir de 33 mil euros.

O novo HR-V marca o fim dos Honda com apenas motores de combustão, se colocarmos de lado o Honda-e, que é 100% eléctrico alimentado por bateria. Com 4,34 m de comprimento, o novo SUV nipónico coloca-se entre segmentos, respectivamente o B (do Peugeot 2008 e do Renault Captur) e o C (do Peugeot 3008 e do VW Tiguan). E se considerarmos exclusivamente a distância entre eixos, então o novo modelo da Honda é mesmo um C-SUV, uma vez que os seus 2,663 m batem-se taco a taco com os 2,675 m do 3008 e os 2,678 m do Tiguan.

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O exterior do HR-V caracteriza-se por uma grelha pintada na cor da carroçaria, o que funciona melhor em cores escuras, e uma traseira marcada por um pilar traseiro mais inclinado, para lhe conferir um ar mais dinâmico, quase coupé. O habitáculo é simples mas espaçoso, com uma posição de condução ligeiramente mais elevada, face a um automóvel convencional, agradando assim aos amantes de SUV. O painel de instrumentos (com 7”) e o ecrã central (9”) são assegurados por dois displays, com o segundo a recorrer ao Android Auto e ao Apple CarPlay para facilitar a vida a quem conduz, oferecendo ainda um sistema multimédia que nos pareceu rápido e funcional.

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Sentados atrás, o volume impressiona, especialmente se considerarmos as dimensões do veículo, tanto em espaço para as pernas como para a cabeça. Até em largura, pareceu-nos que o HR-V consegue acolher três adultos no assento posterior. Mas este banco reserva ainda algumas surpresas para quem queira transportar objectos volumosos, como bicicletas, uma tarefa ciclópica num modelo deste segmento. O truque é possível graças à solução que a Honda denomina “bancos mágicos”, que além de rebater as costas, rebate igualmente o assento, criando um respeitável volume transversal limitado pelas costas do banco da frente e as costas do traseiro, a partir do qual está uma bagageira com 319 litros.

Para mover o HR-V, a Honda conta com um motor de combustão, o mesmo 1.5 atmosférico com quatro cilindros e 107 cv que está presente no Jazz. Dentro do cárter da caixa que é do tipo CVT, de variação contínua, está um motor eléctrico com 131 cv  e 253 Nm, que ajuda o motor de combustão no arranque e nas retomas de velocidade. Há um terceiro motor (também eléctrico) que funciona como gerador, recarregando a pequena bateria que alimenta o motor eléctrico de 131 cv (veja aqui a ficha técnica)

Conduzimos o SUV durante um curto espaço de tempo, mas comprovámos a suavidade da mecânica, para o que contribui a caixa de variação contínua, agradável de utilizar em ritmo de passeio. Quando a pressa aperta, sobressaem as limitações da CVT, que aumenta o ruído do motor e diminui a eficiência. A capacidade de aceleração é comedida (a Honda anuncia apenas 10,6 segundos de 0-100 km/h), tendo parecido fácil atingir os 5,4 litros/100 km de consumo médio anunciados em WLTP.

O HR-V vai ser comercializado em três níveis de equipamento, o Elegance, o Advance e o Lifestyle. O primeiro destaca-se por incluir de série jantes de 18”, ar condicionado automático e sistema smart key, sendo proposto por 33.159€ (sem despesas, consoante tabela), versão que deverá conquistar 50% dos clientes. A versão intermédia exige 36.159€, oferecendo a mais os estofos em pele e tecido, bagageira com fecho eléctrico e avisador de ângulo morto, com a pintura a dois tons a estar disponível por mais 650€. O Lifestyle (39.659€) caracteriza-se por disponibilizar bancos revestidos a pele em dois tons, carregador de telemóvel por indução, sistema de som premium e barras no tejadilho. Todas as versões recorrem à mesma mecânica híbrida, isto enquanto não surge uma versão 100% eléctrica do HR-V, alimentada por bateria, que deverá chegar ao mercado dentro de um ano.