A Eslováquia está disponível para enviar para a Ucrânia alguns dos seus 14 aviões de combate MiG-29, caso os aliados ofereçam garantias de proteção do seu espaço aéreo, revelou nesta segunda-feira o primeiro-ministro Eduard Heger. O governante eslovaco adiantou que este país está em “conversações intensas” com os aliados da NATO sobre a proteção do seu espaço aéreo.

“Depois podemos considerar este equipamento em relação à Ucrânia”, referiu Eduard Heger, após uma reunião com o homólogo belga, Alexander De Croo, que decorreu em Bratislava.

A Eslováquia possui MiG-29 da era soviética, modernizados, que se encontram na base militar de Sliac, no centro do país. No entanto, Eduard Heger não especificou se os aviões de combate seriam doados ou vendidos à Ucrânia, que enfrenta a invasão pela Rússia.

O primeiro-ministro eslovaco alertou que as conversações com os aliados podem durar “algumas semanas” e que o possível envio dos caças ainda não é iminente. Para o ministro da Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad, a defesa do espaço aéreo pode ser realizada a partir de uma base norte-americana em solo polaco.

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“Existem várias possibilidades, mas é uma questão que cabe aos militares planearem, às nossas [forças] ou as da Aliança [Atlântica]”, tinha realçado Jaroslav Nad no domingo. O responsável pela pasta da Defesa na Eslováquia alertou ainda que será um problema “manter no ar” os caças MiG-29, visto que estes são mantidos por mecânicos russos.

“Parece que o lado russo está a começar a não cumprir com as suas obrigações contratuais”, apontou, manifestando a intenção de interromper o programa de cooperação com Moscovo o mais rápido possível, para manter os MiG-29 permanentemente no solo. Mas este será um ponto de preocupação para os eslovacos, pois esta frota deveria estar operacional até 2024, quando está prevista a chegada dos 14 caças F16, da fabricante norte-americana Lockheed Martin.

A Eslováquia já enviou à Ucrânia um sistema antimísseis S-300, fabricado na Rússia, em troca do sistema antiaéreo norte-americano Patriot e agora venderá ao país vizinho o sistema de artilharia Zuzana, fabricado na Eslováquia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.