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O mundo de Julião Sarmento, os territórios da cerâmica e o som de João Pimenta Gomes: três exposições a não perder

Este artigo tem mais de 1 ano

Sugestões a ver: a evolução criativa de um dos nomes maiores da arte contemporânea portuguesa; sete décadas de autoras dedicadas a um meio nobre; e a vida sonora de uma obra plástica.

A retrospetiva sobre a obra de Julião Sarmento pode ser vista no Museu Berardo até ao dia 1 de janeiro de 2023
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A retrospetiva sobre a obra de Julião Sarmento pode ser vista no Museu Berardo até ao dia 1 de janeiro de 2023

JOSÉ MANUEL COSTA ALVES

A retrospetiva sobre a obra de Julião Sarmento pode ser vista no Museu Berardo até ao dia 1 de janeiro de 2023

JOSÉ MANUEL COSTA ALVES

“Abstracto, Branco, Tóxico e Volátil”

De Julião Sarmento, Museu Berardo, Lisboa, até 1 de janeiro de 2023

LUSA

São 121 obras distribuídas por 18 salas num percurso labiríntico, uma exposição frontal que mostra um artista coerente e focado num grande tema de trabalho ensaiado durante uma carreira de cinquenta anos. Mostra póstuma, apesar de preparada em vida, exibe um Julião Sarmento (1948-2021) interessado em estabelecer a mulher como centro de abordagens artísticas várias e que vão da escultura ao desenho, do vídeo à fotografia e à colagem. Nesse corpo feminino, aqui explorado sobretudo numa dinâmica da sua relação com os outros ou dos outros com ele, estão inscritos tanto o amor e o carinho, como o abuso e o estorvo. Entre a palavra e a imagem cria-se também uma relação dicotómica entre o sentido, o significado e a intenção, a mentira e a verdade, o título de cada obra e aquilo que ela representa. A geografia desse corpo ou partes dele estende-se a uma arquitetura de formas que denotam uma atenção redobrada ao movimento, à ação e à utilização dessa entidade corpórea. Excelente escolha de peças da curadora francesa Catherine David, a pôr em destaque a evolução do tratamento temático em variadas décadas, mas sem ter a condução cronológica, e com vários materiais que ora suavizam, ora adensam a essência vital e feminina do jogo coreográfico que o artista não tem pudor em levar à extrema violência no início e no fim da exposição.

“Territórios Desconhecidos. A criatividade das Mulheres na cerâmica moderna e contemporânea portuguesa (1950-2020)”

Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, até 26 de junho

Como tem evoluído o trabalho em cerâmica nas últimas sete décadas é o que esta exposição mostra com uma paleta de autoras muito variada e com peças ainda mais díspares mesmo que realizadas dentro da mesma geração. Desde sempre que a cerâmica se associa ao trabalho feminino apesar de essa ligação não ser uma verdade taxativa, mas aqui não espere o leitor ver obras de arte revestidas de um caráter especialmente delicado ou apenas decorativo como foi definido ao longo dos séculos a produção artística feminina. Numa procura pelo que de melhor se tem feito no domínio da cerâmica e do azulejo, a equipa deste museu nacional foi ao seu acervo buscar obras-primas de artistas como Lourdes Castro, Menez, Vieira da Silva ou Graça Morais e Maria Keil, mas são também as peças mais contemporâneas de nomes como Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, Cecília de Sousa, Cândida Wiggan, Sónia Sapinho, Teresa Cortez, Maria Beatriz, Clotilde Fava, Ilda David e ainda de Catarina e Rita Almada Negreiros que se fazem notar quer no espaço expositivo unicamente dedicado à mostra, quer amiúde entre os azulejos expostos no museu nas diferentes salas de cada piso. São 55 artistas que nos últimos 70 anos conseguem provar que o azulejo e a cerâmica são materiais tão nobres como a tela e que esta forma artística não deve ser encarada sempre como um parente pobre das mais clássicas artes visuais.

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“Poly-Free”

De João Pimenta Gomes, no Gabinete, MAAT – Central Tejo, Lisboa, até 20 de junho

Artista muito jovem, João Pimenta Gomes (n.1989) trabalha o som através de sintetizadores que programa. Esse pressuposto inicial serve apenas para identificar matéria-prima, pois o que vemos, ouvimos e sentimos durante os momentos que passamos ao lado de “Poly-Free” levam-nos o pensamento para outros tempos à procura de referências. Desde logo porque a réplica de um dispositivo arqueológico de amplificação de som, cujas raízes remontam a 1920, e que se apresenta como uma coluna monofónica gigante, nos transporta para esse passado onde tudo era mais límpido, onde tudo tinha uma profundidade maior e onde o momento demorava mais tempo a passar. Ali, em frente ao Western Electric 15A, assim se chama o dispositivo primitivo, o que ouvimos é a voz humana, que vemos ser expelida pelo aparelho vocal, e que, sabemos depois, produz todas as tonalidades das sete notas da pauta. Nesse número circunscrito de sons, chamemos-lhe assim, o artista deturpa e interpreta cada um deles a seu belo prazer, atribuindo uma vida sonora à obra plástica que nos apresentara em primeiro lugar. Bravo.

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