Essenciais para os carros eléctricos, as baterias podem tornar os fabricantes de automóveis reféns de fornecedores. A não ser que os construtores também invistam em fábricas para produzir acumuladores e é justamente isso que a Stellantis vai fazer, em regime de joint-venture com os sul-coreanos da Samsung SDI. O grupo resultante da fusão da PSA com a FCA, liderado pelo português Carlos Tavares, anunciou a construção de uma fábrica de baterias para veículos eléctricos em Kokomo, no estado do Indiana, nos Estados Unidos da América.

A nova fábrica destina-se a suportar “as ambições de electrificação da Stellantis na América do Norte” e implica que a empresa resultante da joint-venture agora anunciada invista mais de 2,3 mil milhões de euros, montante que “poderá aumentar gradualmente até aos 2,9 mil milhões de euros”.

A construção da nova fábrica deverá arrancar ainda este ano, estando o início da produção previsto para o primeiro trimestre de 2025. De Kokomo sairão módulos de bateria para equipar uma série de modelos produzidos nas fábricas da Stellantis na América do Norte, com a Samsung SDI a assegurar que a produção de células e packs de bateria para o mercado norte-americano vai incorporar a tecnologia PRiMX, apresentada na última edição do Consumer Electronics Show, em Las Vegas.

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A nova fábrica vai criar 1400 postos de trabalho e deverá produzir, no primeiro ano de actividade, 23 GWh. Mas, para responder a um expectável aumento da procura, a capacidade anual de produção poderá chegar aos 33 GWh.

Este anúncio corresponde a mais um passo em frente na concretização do plano estratégico da Stellantis, que prevê o investimento de 30 mil milhões de euros, até 2025, na electrificação e em software a nível global. Com a fábrica do Indiana na calha – o negócio ainda está sujeito às aprovações regulamentares – a Stellantis “aumentou a capacidade planeada para a produção de baterias, de 140 GWh para cerca de 400 GWh, a ser suportada por cinco fábricas, junto com contratos adicionais de fornecimento”, refere o grupo em nota enviada à imprensa.

O conglomerado franco-italo-americano prevê “vender anualmente 5 milhões de veículos eléctricos a bateria (BEV) até 2030 a nível mundial, atingindo 100% das vendas de automóveis de passageiros BEV na Europa e 50% de veículos ligeiros e light-duty trucks BEV na América do Norte”.