A ocupação no Alojamento Local (AL) no Porto está entre 5% a 10% abaixo face a 2019, mas muito próxima em alguns segmentos e em certos períodos do período pré-pandemia, avançou esta quarta-feira à Lusa fonte da ALEP.

Em entrevista à agência Lusa a propósito da retoma atual do AL no Porto, o diretor e coordenador do Norte da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Nuno Trigo, disse que apesar de a ocupação “ainda estar um pouco abaixo de 2019” — entre os “5% a 10%” -, a verdade é que essa ocupação está já bastante próxima de 2019 em “alguns segmentos e em certos períodos do ano”.

“Temos a convicção que o AL no Porto vai e está a ser o motor da recuperação do turismo. Já antes da pandemia, a maioria das dormidas turísticas da cidade, mais de 60%, eram feitas em AL. Sem o AL não há capacidade para uma recuperação imediata do turismo ou mesmo da economia na cidade”, acrescentou Nuno Trigo.

Questionado sobre se os preços dos AL têm aumentado por causa da maior procura, ou para fazer face aos vários cancelamentos de AL registados na cidade do Porto durante a crise da pandemia da Covid-19, Nuno Trigo explicou que tem havido “margem” em alguns segmentos apenas para uma certa atualização, sendo esse fato “positivo”, pois permite absorver parte dos aumentos de custos que “tem sido observados”.

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Nuno Trigo classificou como “excelente sinal que na recuperação dos turistas” o mercado do Porto esteja a conseguir captar “segmentos qualificados de turistas”.

“Realçamos como um excelente sinal que na recuperação dos turistas, o mercado do Porto esteja a captar segmentos qualificados de turistas, com disponibilidade para suportar valores de alojamento e outros gastos de viagem mais altos, não havendo necessidade de guerras de preços, o que seria um risco para o destino”, disse.

Esta retoma positiva que diz verificar-se atualmente é fundamental, para que muitos operadores que tiveram de pedir empréstimos para se manterem a operar, possam agora começar a realizar “amortizações”, acrescentou.

O alojamento turístico registou 2,4 milhões de hóspedes e 6,0 milhões de dormidas em abril, registando crescimentos homólogos de, respetivamente, 424,6% e 548,4%, ultrapassando os níveis de 2019, revelou hoje o INE.

Segundo as estatísticas da atividade turística, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os aumentos registados em abril compram com a subida de 462,6% de hóspedes e de 540,6% das dormidas, em março.

“Face a abril de 2019, registaram-se crescimentos de 1,6% e 1,1%, respetivamente“, refere a autoridade estatística nacional, realçando que é a primeira vez, desde o início da pandemia, que se registam crescimentos face ao período homólogo anterior à pandemia.

Em abril, o mercado interno contribuiu com 1,9 milhões de dormidas e os mercados externos com 4,1 milhões, o maior valor desde o início a pandemia.