A Federação Internacional de Natação (FINA) decidiu este domingo que só os atletas transgénero que tenham completado a transição antes dos 12 anos podem competir em provas femininas. Em Budapeste, onde está a decorrer neste momento o Mundial de Natação, a FINA realizou um congresso extraordinário que aprovou a medida com 71% dos votos. Para o presidente do organismo, a medida é justificada com a necessidade de “proteger a justiça competitiva”.

A medida surge ao abrigo de uma nova política de integração de género, da FINA, que vai passar a incluir uma “categoria aberta” para impedir que alguns nadadores transgénero que competem na categoria feminina o possam fazer. Na natação masculina não existirá semelhante limitação. A decisão foi tomada depois de uma comissão constituída por figuras do mundo do direito, desportivo e médico ter avaliado a eventual vantagem competitiva de homens que se tornaram mulheres devido às características físicas.

No histórico desta decisão está a polémica em volta de Lia Thomas, atleta transgénero norte americana que competiu até 2019 na categoria masculina, parando no ano seguinte para completar o processo de transição. Depois disso, voltou à competição em novembro de 2021 na categoria feminina e bateu uma série de recordes levantando muitas queixas sobre a eventual vantagem fisiológica de que estaria a beneficiar. O caso levou até à renúncia do cargo de juíza da Federação USA Swimming, de Cynthia Millen, argumentando que “tudo o que era justo na natação está a ser destruído.”

Lia Thomas. Transexual soma recordes na categoria feminina e acende debate: “Tudo o que era justo na natação está a ser destruído”

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