Esta semana arranca com as notícias sobre o conflito na Ucrânia a serem marcadas pela cimeira do G7, que reúne os líderes das sete maiores economias mundiais na Alemanha. Na reunião, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se dirigiu aos líderes para pedir mais apoio e sublinhar que deseja que a guerra termine antes do final do ano.

O comunicado dos líderes sublinha o apoio à Ucrânia, mas não confirma a informação avançada por uma fonte da administração norte-americana que dá conta de que os países do G7 vão tentar instituir um teto máximo para o preço do combustível russo.

No terreno, no Donbass, continua a registar-se o avanço russo sobre a cidade de Lysychansk, com a Rússia a garantir que cidade está quase cercada e Ucrânia a confirmar ataques apenas na frente sul. O avanço ocorre depois da queda de Severodonetsk nos últimos dias. O embaixador da república separatista de Lugansk garante que já não há civis na fábrica Azot, em Severodonetsk, enquanto que os ucranianos dizem já não ter capacidade para retirar civis dessa cidade.

Mas uma das notícias mais relevantes a registar-se esta madrugada foi a entrada da Rússia em incumprimento, depois de falhar o pagamento de juros sobre a sua dívida externa — algo que não acontecia desde 1918, na sequência da Revolução Russa. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reagiu: “Não é problema nosso”, diz.

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Nas últimas horas, o Presidente norte-americano anunciou uma nova ronda de sanções à Ucrânia, após a reunião do G7 que decorreu na Alemanha. O Presidente Zelensky classificou a Rússia como a “maior organização terrorista do mundo”, após o ataque que provocou 15 mortos num centro comercial em Kremenchuk, ação que foi condenada por vários líderes mundiais.

O que aconteceu durante a tarde e a noite?

  •  Presidente norte-americano avançou uma nova ronda de sanções que o G7 vai impor à Rússia na sequência do encontro realizado na Alemanha.
  • No seu discurso diário, Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de se tornar o maior estado terrorista do mundo.
  • O G7 e vários líderes mundiais condenaram o ataque “abominável” a um centro comercial em Kremenchuck.
  • O gabinete do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau,anunciou uma nova ronda de sanções à Rússia para aumentar a pressão sobre o Kremlin.
  • A quatro dias do início da invasão russa à Ucrânia, Vladimir Putin disse ao Presidente francês que preferia “jogar hóquei no gelo” do que tomar uma decisão sobre um possível encontro com o homólogo norte-americano para evitar a guerra que se aproximava.
  • A Ucrânia solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre os últimos bombardeamentos russos contra alvos civis na Ucrânia, a ser realizada na terça-feira.
  • O Presidente ucraniano considera que o ataque ao centro comercial em Kremenchuk, que descreveu como “um dos atos terroristas mais ousados da história europeia”, foi deliberado.
  • Uma disrupção do fornecimento russo de gás à União Europeia é “provável”, adiantou a comissária de energia da instituição, alertando os países para que se preparem para futuros cortes.
  • Pelo menos oito civis ucranianos morreram e 21 ficaram feridos num bombardeamento russo quando armazenavam água em Lysychansk, anunciou o governador regional.
  • Apesar do progresso das forças russas no leste da Ucrânia, a Presidente da Comissão Europeia está cética quanto às hipóteses das forças russas e diz que não apostaria na Rússia.
  • O chanceler alemão alertou que as relações com a Rússia não podem regressar ao ponto em que se encontravam antes da invasão da Ucrânia.
  • O Presidente da República afirmou, em relação às posições da CPLP sobre a guerra na Ucrânia, que esta “é uma unidade que se faz na pluralidade, e, portanto, há posições diversas de vários estados”.
  • O Presidente russo confirmou que aceitou o convite do homólogo da Indonésia para participar na cimeira do G20, marcada novembro, onde está prevista a participação do Presidente ucraniano.
  • As autoridades ucranianas deram conta de um novo bombardeamento russo em Kharkiv, que provocou quatro mortes e 19 feridos.
  • A União Europeia vai apoiar a Ucrânia com 11, 3 milhões de euros em equipamento médico, de proteção e equipamento especializado em riscos de saúde pública, nomeadamente ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares.
  • A Rússia expulsou oito diplomatas gregos, que têm oito dias para deixar o país. O ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que os diplomatas foram declarados “persona non grata”.
  • A Presidente da Moldávia esteve na Ucrânia e visitou Borodyanka, Bucha and Irpin, descrevendo a destruição que presenciou como uma “tragédia inimaginável”.
  • Kiev prevê que são precisos 10 anos para encontrar alternativas para o transporte de cereais.
  • O Presidente ucraniano denunciou que um míssil russo atingiu um centro comercial em Kremenchuk, que, segundo o último balanço, provocou pelo menos 15 mortos e 40 desaparecidos.
  • As forças separatistas pró-russas do leste da Ucrânia autorizaram o governo marroquino a falar com Saaudun Brahim, um de três cidadãos estrangeiros que combatiam com as forças armadas ucranianas e foram condenados à pena de morte.

O que aconteceu durante a madrugada e manhã?

  • O governador regional de Kharkiv, Oleh Synyehubov, anunciou que duas mulheres, de 57 e 21 anos de idade, morreram na sequência de bombardeamentos à cidade durante esta madrugada.
  • O governador ucraniano da região de Lugansk, Serhii Haidai, apelou aos civis que ainda se encontram em Lysychansk que saiam da cidade. Numa publicação feita no Telegram, Haidai reconheceu que a situação na cidade é, neste momento, “muito difícil”.
  • O responsável ucraniano pela administração militar de Lugansk, Olkesandr Striuk, confirmou que as autoridades ucranianas já não conseguem retirar civis da cidade de Severodonetsk e que estes apenas conseguem circular para “a Rússia ou territórios ocupados”.
  • O embaixador da República Popular de Lugansk — as autoridades separatistas pró-russas desta região do Donbass — na Rússia garante que já não há civis na fábrica de químicos Azot, em Severodonetsk, onde até há pouco estavam abrigadas pelo menos 500 pessoas (para além dos militares ucranianos).
  • O exército ucraniano anunciou que conseguiu atingir mais um sistema de mísseis russo colocado na Ilha da Serpente.
  • Mais de 100 cádaveres terão sido encontrados numa casa na cidade de Mariupol, de acordo com informações avançadas por um conselheiro do autarca ucraniano da cidade.
  • O presidente da Câmara da cidade de Enerhodar, na região de Zaporíjia, denunciou que centenas de residentes da cidade terão sido feitos prisioneiros pelas forças russas e torturados.
  • O Ministério da Defesa da Rússia anunciou no domingo que Sergei Shoigu, ministro da mesma pasta, visitou as tropas russas envolvidas na guerra da Ucrânia, não sendo, contudo, claro quando ou onde terá acontecido esta visita.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dirigiu-se aos líderes das sete maiores economias mundiais, durante o encontro do G7. Na reunião, Zelensky, pediu aos aliados sistemas de defesa anti-aérea. De acordo com duas fontes diplomáticas, Zelensky terá dito aos líderes das sete maiores economias que espera que a guerra termine antes do final do ano.
  • Os líderes do G7 decidiram que vão tentar impor um teto máximo ao preço do petróleo russo, segundo uma fonte da administração norte-americana. No comunicado oficial, o G7 aponta o dedo à Rússia pela atual crise alimentar global, dizendo que o país tem “enorme responsabilidade” sobre isso e apela ao país que deixe de bloquear os portos ucranianos.
  • Os EUA já terão comprado sistema de defesa anti-aérea e irão anunciar a entrega à Ucrânia ainda esta semana, segundo avançou uma fonte à CNN.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que a NATO vai aumentar o seu contingente de militares em “alerta máximo” dos atuais 40 mil para cerca de 300 mil. Stoltenberg classificou ainda a candidatura de Suécia e Finlândia à NATO como “histórica”, mas também garantiu que a Aliança Atlântica está atenta às “preocupações” expressas pela Turquia.
  • João Lourenço, Presidente de Angola, instou a União Europeia e outros Estados a darem “prioridade a um cessar-fogo incondicional [na Ucrânia] seguido de negociações capazes de construir uma paz que seja verdadeiramente duradoura para o mundo”.
  • A Ucrânia tem levado a cabo missões secretas em território russo para destruir infraestrutura do país, de acordo com informações confirmadas ao The Times por dois membros dessa unidade especial.
  • A Rússia falhou o pagamento de juros da sua dívida externa, o que significa que entrou oficialmente em default pela primeira vez desde a Revolução Russa de 1917.
  • O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou as notícias que dão conta de que a Rússia não fez o pagamento dos juros relativos a dois empréstimos, entrando em incumprimento no pagamento da sua dívida externa. “Não é um problema nosso”, disse Peskov.
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deverá efetuar uma visita de trabalho ao Tajiquistão na terça-feira, na sua primeira deslocação ao estrangeiro desde que ordenou a invasão da Ucrânia.
  • O ministério da Defesa da Lituânia anunciou que várias instituições públicas e privadas do país foram alvo de uma série de ataques informáticos, reivindicados por um grupo de hackers russos.