A Junta de Arroios, em Lisboa, denunciou esta quinta-feira que está há três meses à espera de uma audiência urgente com o ministro da Administração Interna devido ao “aumento generalizado de insegurança” na freguesia.

Em comunicado, a Junta de Freguesia de Arroios acusa o Governo de ignorar o executivo, avançando que a presidente Madalena Natividade (independente eleita nas listas do CDS) pediu uma “audiência com caráter de urgência” a José Luís Carneiro, que tem o pelouro da segurança pública, em 11 de abril.

Na carta enviada ao ministro da Administração Interna, o executivo de Arroios referia que o pedido da audiência se devia a “um forte agravamento de uma onda de furtos, assaltos e arrombamentos na área freguesia”, assim como “um crescendo de insegurança que urge pôr termo”.

Perante a inexistência de qualquer resposta, a junta adiantou esta quinta-feira ter enviado nova missiva, a 25 de maio, nos mesmos termos da anterior e com carimbo de urgente.

Nesta segunda carta, e de acordo com a nota da junta, além de mencionar o primeiro documento, referia a “inexistência de qualquer sinal ou ação que demonstrassem, por atos ou palavras, que o assunto estivesse a ser considerado, observado ou estudado por parte da tutela da segurança pública“.

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A 28 de junho foi recebida uma resposta da chefe de Gabinete da Secretária de Estado da Administração Interna, esclarecendo que ainda não tinha havido “disponibilidade” para a reunião “por motivos de agenda”, indisponibilidade “que se mantém até hoje” segundo a junta.

Tendo em conta que na próxima segunda-feira perfazem três meses desde o envio da primeira carta, a autarquia decidiu “tornar pública esta bizarra situação, pelo agravar da situação de insegurança no seu território — lembrando os recentes assaltos violentos, até já com vítimas de facadas — e em nome dos moradores e comerciantes da freguesia de Arroios que vivem momentos particularmente complicados e de medo”.

Não é, para nós, compreensível que, perante os problemas de segurança que são públicos e amplamente noticiados, e com uma população que se encontra amedrontada e que há muito solicita mais policiamento e mais segurança, a entidade que tutela a segurança pública simplesmente ignore a situação e não consiga, em três meses, arranjar ‘agenda’ para falar de assuntos tão graves”, refere a nota.