O deputado único do Livre, Rui Tavares, propõe o regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro e que o parlamento discuta uma vez por ano o “estado do ambiente”.

O projeto de alteração ao Regimento da Assembleia da República que o deputado entregou no parlamento visa a “reposição dos artigos 224.º e 225.º eliminados do Regimento anterior, deste modo ficando repostos os debates quinzenais com o primeiro-ministro e com os ministros que compõem o executivo”.

“Esta alteração é aliás especialmente relevante no atual contexto em que o partido do Governo tem maioria absoluta na Assembleia da República”, defende.

Rui Tavares considera que, com as últimas alterações no que toca aos debates com a presença do Governo, ficaram “diminuídas as oportunidades de o questionar e escrutinar, o que o Livre considera que não serve a democracia e o bom cumprimento do papel da Assembleia da República”.

Quanto aos debates com a presença de ministros, o representante do Livre propõe que “cada ministro deve comparecer perante o plenário pelo menos uma vez por sessão legislativa, para uma sessão de perguntas dos deputados”.

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Este debate, com duração máxima de duas horas, “incide sobre todas as matérias constantes das áreas tuteladas pelo ministro, que, para o efeito, poderá fazer-se acompanhar da sua equipa ministerial”.

O Livre propõe também a realização de um debate anual sobre o estado do ambiente, com perguntas ao Governo por parte dos grupos parlamentares e deputados únicos, e que deverá ocorrer “numa das últimas 10 reuniões da sessão legislativa”.

Neste ponto, o deputado Rui Tavares sustenta que a “crise ecológica global” atual “determina que a salvaguarda do ambiente deva ser uma das grandes prioridades de todos os órgãos de soberania e de decisão, aqui se incluindo naturalmente a Assembleia da República”.

E considera “essencial fazer um acompanhamento atento da evolução do estado do ambiente e do cumprimento das metas ambientais no país”.

O deputado único do Livre quer também a realização de um debate “relativo a matérias de direitos humanos” a ter lugar trimestralmente, em cada sessão legislativa.

Rui Tavares propõe ainda outro debate, com a mesma periodicidade, sobre “os atos jurídicos europeus, bem como com outro tipo de instrumentos e iniciativas com impacto nacional ou que sejam considerados relevantes pela Conferência de Líderes”.

Em julho de 2020, as bancadas do PSD e do PS aprovaram sozinhas o novo Regimento da Assembleia da República que, entre muitas alterações, terminou com o modelo de debates quinzenais com o primeiro-ministro em vigor desde 2008, substituindo-o por debates mensais com o Governo.