Após atuações em abril nos circuitos cosmopolitas atentos aos fenómenos globais em Lisboa, Porto e Coimbra, Marina Sena conquistou o Festival Músicas do Mundo de Sines no encerramento do primeiro fim de semana do evento, em Porto Covo.

Estou muito feliz de estar nesse lugar tão lindo. Todo o lado que você olha é bonito. Não tem um lado feio. Estou emocionada. E do palco, durante o dia, estava encantada com a vista de cima do palco. Pelo amor de Deus, que vista é essa, gente”, referiu em entrevista à Lusa. E não se furtou a repetir as declarações durante o concerto.

Em ano de eleições no Brasil, Marina Sena considera que “os ânimos estão a ficar cada vez mais exaltados, tanto de um lado quanto do outro. Há cada vez mais pessoas a posicionar-se politicamente”.

Eu já nasci posicionada. Já nasci ‘petista’ [apoiante do Partidos dos Trabalhadores]. Já veio em mim. Mas vejo que há muita gente que ainda não se tinha posicionado e que está começando a falar. Porque já estamos a ver uma necessidade maior de uma movimentação”, revela a cantora brasileira.

O Festival Músicas do Mundo de Sines (FMM) sentiu em 2022 a “necessidade” de destacar as artistas femininas. Para Marina Sena, “é um avanço”. Talento não falta para a “mulherada”.

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O que falta realmente é espaço para conseguirmos mostrar o nosso talento. E quando a gente percebe que esse espaço existe é muito confortante, você sente que não está sozinha nessa movimentação”, afirma.

A cantora nasceu em Taiobeiras, no norte de Minas Gerais, e depois de participar nos projetos a Outra Banda da Lua e Rosa Neon, editou em 2021 o álbum de estreia “De Primeira”.

Embaixadora de uma nova pop brasileira, bem patente nos singles “Me Toca”, “Voltei Pra Mim”, “Por Supuesto”, a cantora tem levantado o véu sobre possíveis caminhos para o seu futuro nas colaborações com diversos artistas. Exemplos disso são os temas “Te Vi na Rua” (com Silva e RDD), “Quente e Colorido” (com Illy), “Veja Baby” (com Lagum) e “Natasha” (com Capital Inicial).

Não posso dizer que o próximo disco esteja pronto. Ainda faltam alinhar muitos detalhes. Mas temos música suficiente para lançar dois discos. Ainda vamos decidir o que vamos fazer. Que música irá para determinado álbum. Há músicas que têm uma mesma estética. Elas estão juntas e contam uma história e um determinado sentido, não só de assunto, mas como de timbre. A sonoridade daquela música tem de conversar com a outra música. Um determinado disco mostra um tempo. O tempo em que a gente estava vivendo aquilo. Era aquele som que a gente estava ouvindo. Era aquele tipo de som que a gente estava fazendo”, avançou à Lusa.

Galardoada nos Prémios Multishow — Revelação do Ano, Experiência e Capa do Ano —, vídeos com milhões de visualizações e atuações na versão brasileira do festival Lollapalooza e mais tarde este ano no Rock In Rio (de Janeiro), esta é a realidade que faz parte do presente de Marina Sena.

O Festival Músicas do Mundo (FMM) decorre no concelho de Sines até 30 de julho, depois de uma pausa de dois anos, com uma programação que inclui 47 concertos de artistas de quatro continentes.