Este texto contém imagens que podem ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis

Tudo acontece quando, na sexta-feira passada, Alika Ogorchukwu terá dito à namorada de Filippo Claudio Ferlazzo: “Bella, podes comprar-me alguns lenços ou dar-me um euro?”. O vendedor insistiu e isso terá levado o homem de 32 anos a agredi-lo brutalmente, espancando-o até à morte.

A morte chocou o país, não só pela brutalidade da agressão, mas pelo facto de vários transeuntes terem testemunhado e registado o ataque em vídeo (cujas imagens podem ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis) sem intervir para salvar o vendedor ambulante nigeriano. Tudo isto em plena luz do dia.

Segundo a sua advogada, o agressor confessou o crime e pediu desculpa. O homem está agora a colaborar com as autoridades e garantiu que o racismo não foi o motivo pela agressão. Da mesma forma, os investigadores acreditam que Felazzo, de 32 anos, atacou o homem nigeriano por “motivos fúteis” e o racismo não foi citado como fator agravante.

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O italiano também tem um historial de problemas mentais e está sob a guarda legal da sua mãe. O detido foi acusado de homicídio, bem como de roubo, uma vez que também levou o telemóvel de Ogochukwu. O nigeriano deixa para trás uma esposa e um filho de oito anos, bem como uma menina de 10 anos de quem cuidava.

As desculpas não são suficientes”, disse a família de Ogorchukwu, mediante o advogado, “o que é necessário agora é justiça, e não a vingança”.

Um porta-voz da associação dos nigerianos em Itália, Patrick Guobadia, afirmou que “se tivessem sido dois italianos, as coisas teriam corrido de forma diferente — alguém teria intervindo para os separar”. Em resposta, o município local criou um fundo de 15 mil euros para ajudar a família da vítima.

Esta segunda-feira, um juiz italiano ordenou que Filippo Claudio Giuseppe Felazzo, que espancou até à morte o migrante nigeriano, permaneça preso.