Bonés, t-shirts, pins, canecas — todos eles estampados com a frase: “But her emails”. Foi com um apelo à compra destes produtos que Hillary Clinton provocou Donald Trump após as buscas do FBI ao resort na Florida do antigo presidente dos EUA. É que a frase “But her emails” (“Mas os emails dela”, em português) é uma referência ao escândalo em que a antiga candidata à presidência dos EUA se viu envolvida e do qual Trump fez uso para prejudicar a campanha da adversária às eleições de 2016, mas do qual acabou por ser inocentada.

No Instagram, Hillary Clinton publicou uma fotografia sua com um boné preto onde se lê: “But her emails”. Na descrição, lembrou que “todos os chapéus e t-shirts” com esta frase estampada ajudam o Comité de Ação Política “Onward Together”, que criou em 2017 como resistência ao então presidente Donald Trump e que doa dinheiro a grupos de esquerda, “a defender a democracia, a construir uma plataforma progressista e a lutar pelos nossos valores”. “Estou só a dizer”, rematou Clinton, com tom provocatório. 

O caso dos emails foi revelado pelo New York Times, um mês antes de Hillary avançar com a candidatura presidencial. Segundo o jornal, enquanto foi secretária de Estado dos EUA, entre 2009 e 2013, Clinton teria usado o seu email pessoal para tratar de assuntos relativos às suas funções, incluindo o envio de informação classificada ou que viria a ser classificada mais tarde. Nas vésperas das eleições, o FBI anunciou que não tinham sido encontrados emails confidenciais sobre o governo durante o período em que Hillary Clinton tinha sido secretária de Estado.

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Os produtos à venda no site do Comité de Ação Política “Onward Together”

A democrata acabou então por não ser acusada por nenhum crime relacionado com esta polémica, mas a sua campanha para as eleições, que não ganhou, foi seriamente abalada. Especialmente porque umas das bandeiras de Donald Trump e dos seus apoiantes foi precisamente estes emails.

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Agora, Hillary usou esta polémica para provocar Trump, envolvido ele próprio noutra polémica: as buscas do FBI de que foi alvo. Foi o próprio que confirmou, esta segunda-feira, à CNN Internacional, que a polícia federal esteve a fazer buscas no seu resort em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Florida. A busca tem como alvo material que Trump trouxe para Mar-a-Lago, após deixar a Casa Branca: caixas com muitas páginas de documentos confidenciais. Donald Trump não estava na Florida no momento das buscas, que duraram várias horas, centrando-se sobretudo nos escritórios e aposentos pessoais do antigo presidente.