A Ben & Jerry’s perdeu a tentativa de impedir a venda de gelados da marca em territórios palestinianos ocupados por Israel. A iniciativa foi anunciada no ano passado, mas foi agora travada pela justiça. A Ben & Jerry’s justifica a medida com possíveis danos reputacionais.

A multinacional britânica Unilever, que detém a Ben & Jerry’s, vendeu os direitos de exploração da marca em Israel à Avi Zinger, um detentor com licença israelita, segundo noticia o The Guardian. Foi esta empresa que continuou a produzir os gelados da marca em Telaviv, e a vendê-los nos territórios ocupados, contrariando a vontade da empresa.

Esta segunda-feira, a Ben & Jerry’s conheceu a derrota definitiva. A justiça norte-americana determinou que a marca de gelados tinha “falhado em demonstrar” que a iniciativa de vender os produtos nos territórios ocupados por Israel tinha causado “danos irreparáveis” e, por isso, terá de continuar a vendê-los.

Em julho do ano passado, a marca de gelados já tinha declarado que pretendia deixar de vender os seus produtos em territórios palestinianos ocupados por Israel, por considerar “incompatível com os valores” da empresa.

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A marca de gelados Ben & Jerry’s vai deixar de ser vendida em territórios palestinianos ocupados

A 5 de Julho deste ano, a Ben & Jerry’s pediu que qualquer acordo que permita a distribuição ou venda dos seus produtos nos territórios ocupados por Israel fosse dissolvido e que qualquer outra transacção desse cariz fosse submetida ao Conselho de Administração para que lhe fosse dada “luz verde”.

A marca de gelados apresentou ainda uma queixa em que afirmou que a decisão da Unilever foi “tomada sem o consentimento do Conselho Independente da Ben & Jerry’s”.

Para além dos gelados, a marca é conhecida pelo seu ativismo, incluindo na proteção do ambiente e na defesa dos direitos humanos. A Ben & Jerry’s vende em Israel desde 1987 e o atual contrato termina este ano.