O jornal alemão Deutsche Welle denunciou, esta quinta-feira, a “intimidação de jornalistas que cobrem as eleições em Angola”, algo que a publicação vê como “inaceitável”. O órgão de comunicação social enviou uma carta de protesto ao Ministério da Comunicação Social angolano, estando agora à espera de resposta.

No seu site oficial, a Deutsche Welle relata que um jornalista que cobria as eleições foi detido, na quarta-feira, em Malanje, enquanto trabalhava fora da assembleia de voto e gravava um vídeo. O correspondente foi depois levado para uma esquadra, onde foi interrogado e libertado após uma hora.

O jornalista foi acusado de “desacatar” a autoridade de Estado. Esta acusação é vista como “absolutamente inaudita no contexto de um jornalista credenciado pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM)”, sendo que o profissional estava a trabalhar “sob acreditação plena e válida, cobrindo um evento público”.

Além disso, esta quinta-feira, o motorista de um correspondente angolano foi raptado por polícias à paisana em Luanda. As autoridades colocaram o homem dentro da mala de um carro e depois partiram com ele, tendo sido libertado horas depois.

Na carta ao ministério da Comunicação Social, a Deutsche Welle escreveu que ficaria “grata” se pudesse tranquilizar o órgão “sobre a segurança dos correspondentes em Angola e tomasse todas as medidas necessárias para assegurar o seu trabalho de cobertura das eleições no seu país sem qualquer entrave”. 

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