O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken exigiu que Pequim fosse responsabilizada pelo “genocídio” contra os uigures na província chinesa de Xinjiang. É a primeira reação dos Estados Unidos ao relatório das Nações Unidas, publicado na quarta-feira, que reporta provas de “tortura”, “crimes contra a humanidade” e “trabalho forçado”.

“Este relatório aprofunda e reafirma a nossa grave preocupação com o genocídio em curso e os crimes contra a humanidade que as autoridades do governo da República Popular na China estão a perpetrar contra os uigures”, acusou Antony Blinken em comunicado: “Continuaremos a responsabilizar a China e pediremos que liberte os detidos injustamente, preste contas sobre os desaparecidos e permita que investigadores independentes tenham acesso total e sem impedimentos a Xinjiang, Tibete e a toda a China”.

O relatório da Organização das Nações Unidas — que Michelle Bachelet, à época alta comissária para os Direitos Humanos, publicou a 10 minutos de abandonar o cargo — afirmou que o regime de Pequim cometeu “sérias violações dos Direitos Humanos”. Há atitudes discriminatórias que “muitas vezes afetam direta ou indiretamente as comunidades uigures e outras comunidades predominantemente muçulmanas”.

Tortura, “crimes contra a Humanidade” e “violações dos Direitos Humanos”: ONU publica relatório sobre Xinjiang (apesar de China não querer)

O relatório diz mesmo que as “alegações de padrões de tortura”, incluindo “tratamento forçado médico ou condições adversas de detenção”, são “credíveis” e que existem sinais de uma “privação em larga escala da liberdade de uigures e outras comunidades muçulmanas”.

E prossegue: “A extensão da detenção arbitrária e discriminatória de membros de uigures e outros grupos predominantemente muçulmanos, no contexto de restrições e privação geral dos direitos fundamentais usufruídos individual e coletivamente, podem constituir crimes internacionais, em particular crimes contra a humanidade”.

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