Um alto funcionário russo foi encontrado sem vida esta segunda-feira depois de ter caído do seu barco no fim de semana. Com a morte de Ivan Pechorin, diretor administrativo da indústria de aviação da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico (ERDC, na sigla em inglês), sobe para dez o número de magnatas russos ligados à indústria petrolífera e do gás que morreram em circunstâncias consideradas suspeitas desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

No sábado, Pechorin, de 39 anos, navegava junto à Ilha Russky, no mar do Japão, quando caiu do barco, alegadamente devido a uma intoxicação por álcool, avança a agência NEXTA. O seu corpo foi recuperado esta segunda-feira, depois de uma busca extensa.

“A morte de Ivan é uma perda insubstituível para os amigos e colegas, uma grande perda para a empresa”, disse a ERDC num comunicado a que o New York Post teve acesso. Há apenas alguns dias, o executivo participava no VII Fórum Económico Oriental, organizado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

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A morte de Pechorin acontece oito meses após o seu antigo chefe, Igor Nosov, ter morrido de um AVC aos 43 anos, e soma-se a uma lista de várias magnatas russos que morreram em circunstâncias consideradas suspeitas desde 24 de fevereiro. As vítimas são executivos ou antigos executivos com altos cargos, sobretudo ligados à indústria petrolífera e do gás, as mais afetadas pelas sanções impostas pelo ocidente à Rússia em resposta à invasão. Muitos morreram em circunstâncias idênticas, em vários casos suicídio, alguns casos com datas muito próximas.

O mês de setembro já tinha ficado marcado pela morte de Ravil Maganov, presidente do conselho de administração e vice-presidente da Lukoil, a segunda maior petrolífera da Rússia e uma das poucas empresas que criticou publicamente a invasão da Ucrânia.

Vice-presidente de petrolífera russa é o nono de uma lista de mortes suspeitas de oligarcas desde o início da invasão da Ucrânia

Maganov, de 67 anos, morreu após cair de uma janela do sexto andar do Hospital Clínico Central de Moscovo, onde estava internado devido a um ataque cardíaco, noticiou a agência estatal russa TASS, que disse que o homem terá cometido suicídio. Mas este não foi o único caso ligado à Lukoil. Também Alexander Subbotin, antigo executivo de topo da petrolífera, foi encontrado morto, a 10 de maio, depois de ter sido sujeito a um suposto tratamento contra a ressaca, divulgou o Moscow Times.

De acordo com o mesmo jornal, Subbotin, de 43 anos, foi encontrado sem vida em Mytishchi, perto de Moscovo, na manhã seguinte a um tratamento anti-ressaca alegadamente executado por dois xamãs. O tratamento passaria por realizar um corte na pele e expor a ferida a veneno de sapo, poderoso alucinogénio rico numa toxina com propriedades psicadélicas. Após a intervenção terá sofrido uma ataque cardíaco.

Morreu mais um oligarca russo. Alexander Subbotin, magnata da energia, encontrado sem vida por xamãs após fazer tratamento para a ressaca