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Um funeral de Estado é, por definição, um funeral pago pelo Estado, bem como a maior honra atribuída normalmente a antigos chefes de Estado. O Reino Unido não é exceção. Embora tenha havido vários funerais com pompa e circunstância nos últimos anos — os chamados funerais “cerimoniais”, como o do príncipe Filipe e da primeira-ministra Margaret Thatcher —, no país não há um funeral de Estado desde o de Winston Churchill, em 1965.

Isto significa que a carreta de Estado voltou a sair à rua, como aconteceu no funeral de Churchill e também de outros reis como Jorge V e Jorge VI (pai de Isabel II), a mesma que foi também usada em alguns funerais cerimoniais como o do lorde Mountbatten, antigo governador-geral da Índia e primo da Isabel II, morto num atentado do IRA.

A cerimónia é acompanhada por centenas de militares de diferentes ramos das Forças Armadas e de vários regimentos — incluindo até da Polícia Montada do Canadá —, que levam as armas viradas ao contrário, para assinalar o momento de luto. O protocolo determina que a carreta que transporta a urna seja puxada por 142 marinheiros. Uma tradição que remonta a 1901, por causa de um incidente no funeral da Rainha Vitória, como conta a BBC. Na altura, os cavalos que puxavam a carreta entraram em pânico e quase viraram o caixão, o que levou à intervenção dos marinheiros, que puxaram a carreta o resto do percurso.

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A propósito de cavalos, esse também é um detalhe curioso de toda a cerimónia. Durante os ensaios do funeral, o treino dos cavalos foi o mais difícil de conseguir, já que o ritmo de 75 batidas por minuto da música é especialmente lento para os animais. “É uma tarefa exigente pedir-lhes que marchem a um ritmo lento. Em qualquer parada normal o rimo é igual ao ritmo normal de andar deles, um pouco mais rápido do que o dos humanos, portanto estamos a pedir-lhe que o reduzem para metade”, explicou ao The Guardian o sargento Tom Jenkins, que segue à frente no cortejo fúnebre a cavalo. O ritmo, esse, é assegurado pelas bandas dos regimentos militares escoceses e irlandeses que estão presentes na cerimónia.

Logo a seguir à Rela Polícia Montada do Canadá, seguiram quatro representantes do Serviço Nacional de Saúde britânico, incluindo Mary Parsosns,  a enfermeira que aplicou a primeira vacina contra a Covid-19 no país, em 2020.

Em cima do caixão seguem o estandarte real, a Coroa, a urbe e o ceptro. Vão também uma carta escrita pelo Rei Carlos para a sua mãe e flores dos jardins do Palácio de Buckingham e das duas residências de Carlos III, a Clarence House e a Highgrove House. O pedido foi feito expressamente pelo novo monarca.

Para o serviço fúnebre foram escolhidos vários hinos, dos quais se destaca “O Senhor é Meu Pastor” por ter também sido ouvido no casamento de Isabel II com o príncipe Filipe.

As ruas, por onde passou o cortejo fúnebre de Isabel II ficou sem sinais de trânsito em Westminster e 100 voos foram cancelados pelo aeroporto de Heathrow para que os céus ficassem em silêncio.