Um porta-aviões dos EUA deve visitar a Coreia do Sul esta semana, para o primeiro treino conjunto com navios de guerra sul-coreanos em cinco anos, anunciaram esta segunda-feira as autoridades deste país.

O porta-aviões USS Ronald Reagan e o seu grupo de batalha chegarão a uma base naval do sudeste da Coreia do Sul, na sexta-feira, para um treino conjunto destinado a aumentar a prontidão militar dos aliados e mostrar “a firme determinação da aliança Coreia/EUA em prol da paz e estabilidade na península coreana”, disse a marinha sul-coreana, num comunicado.

Este será o primeiro deste género de exercícios conjuntos envolvendo um porta-aviões dos EUA perto da península desde 2017, quando os Estados Unidos enviaram três porta-aviões para exercícios navais com a Coreia do Sul, em resposta a testes nucleares norte-coreanos.

A chegada do porta-aviões norte-americano ocorre depois de a Coreia do Norte ter aprovado recentemente uma nova lei destinada a autorizar o uso preventivo de armas nucleares em certas condições, numa decisão que prova a sua doutrina nuclear cada vez mais agressiva.

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No início deste ano, a Coreia do Norte testou uma série de mísseis balísticos, com capacidade nuclear, capazes de atingir tanto o território continental dos EUA como a Coreia do Sul.

Alguns especialistas dizem que os movimentos norte-coreanos sugerem que este país não está interessado em regressar às negociações de desnuclearização da península, até que os Estados Unidos o reconheçam como um estado nuclear.

Após uma reunião em Washington, na semana passada, altos funcionários dos EUA e da Coreia do Sul disseram em comunicado que “qualquer ataque nuclear (norte-coreano) seria recebido com uma resposta esmagadora e decisiva”.

O comunicado acrescentava que os Estados Unidos reiteram o “seu compromisso firme e inabalável de aproveitar toda a gama das suas capacidades militares, incluindo a nuclear”, para fornecer meios de dissuasão à Coreia do Sul.

A reunião em Washington — que envolveu quatro subsecretários norte-americanos e sul-coreanos, bem como governantes ao nível de vice-ministros — serviu principalmente para reiterar os compromissos de segurança por parte dos EUA.

Para lidar com as ameaças nucleares norte-coreanas, a Coreia do Sul tem vindo a construir e comprar mísseis de alta tecnologia e outras armas convencionais, mas continua a não possuir armas nucleares no seu arsenal militar, estando sob a proteção do “guarda-chuva nuclear” dos EUA, que tem cerca de 28.500 soldados estacionados naquele país asiático.