O Presidente da Ucrânia desvalorizou esta terça-feira as notícias de que as autoridades pró-russas de várias regiões no leste da Ucrânia vão realizar um referendo à integração na Federação Russa entre os dias 23 e 27 de setembro.

“Hoje há notícias de alto nível da Rússia. Há muitas questões sobre isso. Mas o que aconteceu realmente? O que ouvimos que já não tínhamos ouvido antes?”, questionou o líder ucraniano. No habitual discurso, Volodymyr Zelensky afirmou que a posição da Ucrânia não se alterou e que a única preocupação deve ser para com a tarefa em mãos, nomeadamente garantir mais apoio para todas as instituições que estão a contribuir para restaurar a integridade territorial.

As nossas posições não mudam por causa do barulho ou de um anúncio algures. E nós desfrutamos do apoio total dos nossos parceiros nisto”.

Esta terça-feira, as administrações locais pró-russas de Lugansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson confirmaram, quase todas ao mesmo tempo, que vão levar a cabo referendos e esperam que os resultados sejam favoráveis a uma integração à Rússia.

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Da Ucrânia chegaram várias reações sobre o anúncio, seguindo a mesma linha defendida por Zelensky de que nada vai mudar. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, garantiu que as Forças Armadas vão continuar a libertar o território “independentemente do que a Rússia tenha para dizer”. Já o conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, descreveu os referendos como uma reação às derrotas russas e à perda de influência do Presidente russo.

Também foram várias as vozes internacionais que se levantaram contra os referendos. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que a votação “fictícia” é inaceitável e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, denunciou a medida como uma clara violação do direito internacional. Os EUA e a NATO consideram que se trata de um sinal de fraqueza da Rússia.

Na sequência do anúncio, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu para falar ao telefone com a máxima urgência com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, avançou a agência NEXTA. O chefe de Estado descreveu os planos sobre referendos de anexação à Rússia como “cínicos” e uma “paródia” que a comunidade internacional nunca irá reconhecer como legítimos.