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O Presidente russo assinou esta quinta-feira decretos que reconhecem a “soberania e independência” das regiões ucranianas de Kherson e Zaporíjia.

Os diplomas, publicados esta quinta-feira, já entraram em vigor, refere o jornal russo independente Meduza. Abrem assim caminho à anexação formal das regiões, uma vez que, como refere a Reuters, se trata de um passo intermédio antes do anúncio da integração na Rússia. Já em 2014 a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, um passo que foi condenado pela comunidade internacional.

Entre 23 e 27 de setembro as autoridades pró-russos organizaram referendos sobre a anexação à Federação Russa nas regiões de Kherson, Zaporíjia e nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk. De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia, 93% dos cidadãos de Zaporijia votaram a favor da anexação à Rússia e em Kherson 87% dos eleitores votaram a favor do “sim” à anexação. Já nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, os resultados foram respetivamente 99% e 98% num sinal de apoio quanto à integração na Federação Russa.

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Na sexta-feira o Kremlin vai organizar uma cerimónia onde estará presente o Presidente Putin e para a qual foram convidados os deputados russos. É esperado que este seja o momento escolhido para anunciar a integração destas regiões na Rússia.

Amplamente criticados pela comunidade internacional, foram vários os países a anunciar que não vão reconhecer a legitimidade dos referendos, que ficaram marcados por relatos de irregularidades nas votações e de urnas transparentes levadas porta a porta. Esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU) transmitiu diretamente ao embaixador russo junto da organização a sua oposição à anexação de territórios ucranianos. As anexações russas “não têm lugar num mundo moderno”, sublinhou António Guterres.

Porque é que os referendos pró-russos na Ucrânia são “falsos”

Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu que os Estados Unidos nunca reconhecerão os resultados dos referendos “orquestrados pela Rússia” na Ucrânia e acusou o homólogo russo Vladimir Putin de “violação flagrante” da Carta das Nações Unidas. O líder turco, Recep Tayyip Erdogan, disse em entrevista à CNN que os referendos provocam problemas” e “preferia que não tivessem ocorrido”. Este foi um dos temas centrais na conversa que teve esta quinta-feira com o homólogo russo, a quem pediu para dar outra hipótese a uma negociação de paz.