No 220.º dia de guerra, os militares russos que foram cercados em Lyman saíram da cidade após uma contraofensiva ucraniana. As forças de Moscovo admitiram que a região, que é um ponto chave no abastecimento a Donetsk, tinha sido recapturada pela Ucrânia.

Lyman tinha sido, até este sábado, um relevante entroncamento ferroviário, um posto fundamental e um importante centro logístico para as forças russas que lutavam no leste da Ucrânia. O jornal Politico explica que a perda desta cidade prejudica ainda mais as linhas de abastecimento de Moscovo, numa altura em que a Ucrânia intensifica a contraofensiva no leste do país.

“Lyman é importante porque é o próximo passo para a libertação do Donbass ucraniano”, referiu Serhii Cherevatyi. O porta-voz das forças ucranianas salientou ainda que a reconquista da cidade é “uma oportunidade de ir mais longe, até Kreminna e Severodonetsk, e é psicologicamente muito importante”.

Do lado ucraniano, também Yuriy Sak, assessor do ministro da Defesa da Ucrânia, salientou que a contraofensiva foi “um sucesso considerável”. Por sua vez, a Rússia admitiu que a ofensiva ucraniana era superior “em força e meios”.  Com o reconhecimento russo da derrota das suas forças na cidade de Lyman, o líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, veio defender que Moscovo deveria ponderar a utilização de armas nucleares de alcance limitado na Ucrânia.

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O que aconteceu durante a noite?

  • O presidente da Ucrânia garantiu que as suas forças, que agora controlam a cidade estratégica de Lyman, assumirão “na próxima semana” outras cidades da região de Donetsk, anexada na sexta-feira pela Rússia. Durante a semana, novas bandeiras ucranianas foram içadas no Donbass”, onde fica a região de Donetsk, disse Zelensky. “Haverá ainda mais na próxima semana”, salientou.
  • As armas nucleares táticas que Putin poderá utilizar na Ucrânia foram concebidas para serem utilizadas em campos de batalha. Esse tipo de ogiva nuclear pode ser lançado de aeronaves, navios e ainda de mísseis de curto alcance.

Utilizadas em campos de batalha e lançadas de mísseis. O que são as armas nucleares táticas, que Putin poderá utilizar na Ucrânia?

  • Os bombeiros russos combatem um fogo que deflagrou na base aérea militar de Belbek, na Crimeira. As autoridades locais detalham que um avião derrapou na pista de aterragem e incendiou-se, indica a BBC.
  • A embaixadora da Ucrânia no Canadá reagiu ao fracasso da Rússia na votação para o conselho de governo da agência de aviação das ONU (ICAO), avança a BBC.
  • A primeira ministra do Reino Unido, Liz Truss, juntou-se a outros líderes europeus ao sugerir que as explosões que danificaram os gasodutos Nord Stream da Rússia foram causadas de forma deliberada.
  • A ministra da Defesa alemã fez uma visita surpresa à Ucrânia este sábado. Esta foi a primeira visita de Christine Lambrecht à Ucrânia desde o início da guerra.

O que aconteceu durante a manhã e a tarde?

  • Uma fila de carros foi atacada a tiros pelas forças russas na região nordeste de Kharkiv. O governador da região confirmou, segundo a BBC, a morte de pelo menos 24 pessoas.
  • O conselheiro do presidente Zelensky, Mykhailo Podolyak, indicou que “as negociações serão possíveis”, mas “com um novo presidente da Rússia”. “Não há sentido em negociar com aqueles que ‘dançam com os ossos’”, afirmou.
  • Vladimir Putin, destacou a aliança estratégica com Pequim, numa mensagem dirigida ao homólogo chinês, Xi Jinping: “Apesar da dificuldade da situação internacional, […] unimos esforços para construir uma ordem mundial mais democrática e justa e para enfrentar novos desafios e ameaças”.
  • A Agência Internacional de Energia Atómica pediu esclarecimentos às autoridades russas sobre a detenção de Ihor Murashov. O diretor-geral da central nuclear de Zaporíjia, que está sob controlo russo foi detido por uma patrulha russa, de acordo com a empresa que gera a unidade.
  • A Rússia não foi reeleita para o conselho de governo da agência de aviação internacional da ONU, num impulso para as potências ocidentais que queriam responsabilizar Moscovo pela invasão à Ucrânia.
  • As quatro fugas de gás nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, estão a provocar aquela que será, provavelmente, a maior libertação de metano já registada de uma só vez, com consequências graves para o clima.
  • O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que a estratégia russa provocou mortos civis que a Rússia agora reivindica serem seus cidadãos.
  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou o início das operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro como uma emancipação da Europa em relação ao gás russo.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco condenou este sábado a anexação de quatro territórios ucranianos pela Rússia formalizada na sexta-feira passada.
  • O Banco Mundial anunciou que irá conceder um apoio adicional no valor de 530 milhões de dólares (540,6 milhões de euros) para permitir à Ucrânia “responder às necessidades urgentes causadas pela invasão russa”.

O que aconteceu durante a madrugada?

  • O líder russo não vai, para já, visitar os territórios ucranianos anexados esta sexta-feira, noticia a Sky News. Questionado sobre a possibilidade de Putin visitar as regiões o porta-voz do Kremlin disse: “ainda não, para já ainda há muito trabalho para fazer”.
  • O Congresso norte-americano aprovou um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 12,3 mil milhões de dólares, avança o New York Times.
  • O Presidente russo assinou um decreto presidencial no qual autoriza o recrutamento de homens entre os 18 e 27 anos para o serviço militar. A agência estatal russa TASS refere que o recrutamento de outono começa um mês mais tarde do que o habitual e irá abranger 120.000 russos.
  • O consulado russo em Nova Iorque foi vandalizado esta sexta-feira. A polícia revela que as paredes foram marcadas com tinta vermelha horas antes do Presidente russo ter anunciado, como já era esperado, a anexação de quatro regiões ucranianas.