Ao longo desta semana sugiram várias notícias na imprensa internacional que davam conta de que Bruce Willis se tinha tornado na primeira estrela de Hollywood a vender os seus direitos de imagem para o desenvolvimento de um “gémeo digital”. Mas poderá não ser bem assim.

As notícias sugeriam que o ator de 67 anos tinha permitido a uma empresa russa de deepfake (tecnologia permite colocar, digitalmente, o rosto de uma pessoa no corpo de outra, sincronizar os movimentos e até a voz) chamada Deepcake utilizar o seu rosto para criar o seu “gémeo digital” com recurso a “fragmentos de imagem” provenientes de filmes como “Die Hard” ou “O 5.º Elemento”.

De acordo com o Telegraph, foi com recurso à inteligência artificial que Bruce Willis fez parte de um anúncio publicitário em 2021 — sem nunca ter precisado de gravar em estúdio. Nas imagens do anúncio partilhadas online, a cara de Bruce Willis é usada para promover um plano de comunicações móveis de uma empresa russa. No vídeo é possível ver dois homens amarrados a uma bomba prestes a explodir — um deles o ‘avatar’ do ator. Willis foi diagnosticado com afasia e que em março decidiu abandonar a carreira no cinema.

A Deepacake promoveu o anúncio no seu site com uma citação aparentemente de Bruce Willis: “Gostei da precisão do meu personagem. É uma ótima oportunidade para voltar no tempo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O “gémeo digital” de Bruce Willis fez a sua ‘estreia’ em 2021. Em maio, o ator abandonou carreira no cinema e, recentemente, a imprensa internacional noticiou que Willis teria vendido os seus direitos de imagem à empresa russa para poder continuar a aparecer em filmes graças à inteligência artificial.

Ainda assim, o agente do ator veio, em declarações à BBC, este domingo negar essas alegações. Por sua vez, um representante da Deepcake disse que os artigos que davam conta da compra dos direitos de imagem eram imprecisos.

A empresa de deepfake salientou ainda que os direitos de imagem de Bruce Willis a ele pertencem. Ainda assim, a Deepcake disse que trabalhou em estreita colaboração com a equipa de Willis no anúncio publicitário e que recebeu “consentimento” para a criação de um gémeo digital.

A BBC questionou o agente de Bruce Willis sobre se o ator tinha trabalhado com a Deepcake ou se a citação de que teria gostado da “precisão” do personagem estava correta, mas não obteve qualquer resposta.