“Há equipamento da Extreme Networks a ser usado em navios de guerra russos.” A denúncia interna foi feita em abril de 2022 por um dos funcionários da empresa norte-americana. A empresa negou, mas a investigação da Reuters mostrou que Extreme Networks forneceu sistemas de comunicação a fabricantes de material bélico russo.

Em resposta à Reuters, a Extreme Networks disse que não tinha encontrado qualquer evidência de fornecimento a entidades ligadas a material militar, que se tratava apenas de uma denúncia de um empregado insatisfeito que acabou por ser despedido por mau desempenho. Mas a Reuters encontrou outros indícios destas vendas que estavam proibidas e a empresa respondeu que teriam sido encapotadas.

A agência noticiosa analisou documentos de 2017 a 2021, incluindo relatórios de vendas, falou com três fontes com conhecimento dos envios feitos, e encontrou provas de que a Extreme Networks continuou a fornecer empresas russas com equipamentos de redes informáticas, incluindo a MMZ Avangard, incluída na lista negra dos Estados Unidos desde 2014.

A MMZ Avangard é uma empresa estatal russa que fabrica os mísseis do sistema de defesa anti-aéreo S-400 e está banida de receber fornecimentos norte-americanos desde 2014, quando a empresa mãe Almaz-Antey foi incluída na lista de sanções. A Extreme Networks diz que não fornece entidades sancionadas, mas admite que nem sempre sabe quem é o comprador final. A Reuters conseguiu identificar três empresas do setor militar russo.

Uma das fontes disse à Reuters que a MMZ Avangard teve de usar uma empresa fachada para contornar as sanções americanos e usou a DEMZ para esse efeito. A DEMZ fabricava ferramentas para a manutenção das carruagens ferroviárias, mas estava inativa desde 2016, confirmou a Reuters. A MMZ Avangard começou a comprar equipamento à empresa norte-americana em dezembro de 2017.

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