Stephen K. Bannon recusou-se a prestar declarações e a cooperar com o Congresso dos Estados Unidos e foi condenado a 4 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 6.500 dólares. A pena fica, no entanto, suspensa até ao recurso ser apresentado, algo que os seus advogados já disseram que irão fazer. O antigo conselheiro de Donald Trump, enquanto este era Presidente dos Estados Unidos, recusou cooperar com a comissão de inquérito do Congresso norte-americano que está a investigar o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro, apesar de ter sido intimado a prestar declarações sobre o assunto.

Em julho, Steve Bannon tinha sido considerado culpado de desobediência criminosa ao Congresso, depois de ignorar a intimação para testemunhar e fornecer documentos à comissão parlamentar. Para esta sexta-feira, 21 de outubro, estava marcada a leitura da sentença.

Segundo o Washington Post, Bannon poderá ser a primeira pessoa detida, nos últimos 50 anos, por desafiar uma intimação do Congresso. O juiz distrital Carl J. Nichols, que condenou o antigo estratega de Trump, afirmou que Bannon não expressou qualquer remorso e “não assumiu a responsabilidade pela sua recusa em cumprir a intimação”.

Steve Bannon culpado por desobediência ao Congresso dos EUA

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Nesta sexta-feira, durante a leitura da sentença, de novo, Bannon preferiu ficar calado: “Os meus advogados falam por mim”, respondeu ao juiz.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tinha pedido seis meses de pena efetiva por considerar que Bannon seguiu uma “estratégia de má fé, de desafio, e desprezo” contra a comissão do Congresso. Na recomendação ao juiz, relembraram que, até à data, Bannon não apresentou um único documento dos que lhe foram pedidos pela comissão de inquérito.

Os advogados de Bannon — que vão recorrer da sentença e que, até lá, fica suspensa — acreditam que o seu cliente não será detido, mas mantido em liberdade condicional. Se o juiz insistir com a pena efetiva de cadeia, acreditam que ela será cumprida em casa, em prisão domiciliária.