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O Ministério da Defesa russo anunciou esta segunda-feira a suspensão do movimento de navios pelo “corredor de segurança” no mar Negro, após ter interrompido o acordo sobre as exportações de cereais, alegando um ataque de drones contra a sua frota.

Até que a situação em torno da ação terrorista cometida pela Ucrânia em 29 de outubro contra navios de guerra e embarcações civis na cidade de Sebastopol seja esclarecida, o tráfego pelo corredor de segurança da ‘Iniciativa do Mar Negro’ está suspenso”, refere o comunicado oficial.

No sábado, a Rússia tinha anunciado a suspensão da sua participação no acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos após um ataque de drones que visou a frota russa estacionada na baía de Sebastopol, na Crimeia anexada.

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O Ministério da Defesa salientou esta segunda-feira que a Rússia “não se retira” do acordo, mas suspende-o.

O acordo, concluído em julho sob a égide da ONU e da Turquia, permitiu a exportação de milhões de toneladas de cereais retidos nos portos ucranianos desde a invasão russa em fevereiro, que fez com que os preços dos alimentos disparassem, aumentando o receio da fome.

Segundo Moscovo, “nas condições atuais, a segurança” de qualquer navio não pode ser garantida até que o lado ucraniano se comprometa a “não usar esta rota para fins militares”.

“A movimentação de navios ao longo do corredor de segurança é inaceitável, pois as autoridades ucranianas e as Forças Armadas do país utilizam-no para realizar operações militares contra a Federação Russa”, acrescenta a nota.

O Ministério da Defesa observa ainda que esta posição de Moscovo foi transmitida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Conselho de Segurança.

Moscovo conta com a cooperação de António Guterres para receber garantias da Ucrânia de que “não utilizará o corredor humanitário e os portos” que participam na iniciativa de exportação de cereais “para realizar ações militares contra a Rússia”.

Minutos antes, o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, tinha anunciado que Moscovo não permitira que navios cruzassem o mar Negro sem inspeção.

Nebenzya também acusou a Ucrânia de utilizar este mecanismo para fins militares e destacou que o seu país não pode permitir a passagem de navios que não inspecionou e que, por isso, terá que tomar as suas próprias “medidas de controlo” se o tráfego continuar.

O Kremlin alertou esta segunda-feira que a implementação do acordo de exportação de cereais dos portos ucranianos nas condições atuais era arriscada e perigosa.

Quando a Rússia fala sobre a impossibilidade de garantir a segurança da navegação nessas áreas, tal acordo é pouco viável e assume um caráter muito mais arriscado, perigoso e inseguro”, destacou o porta-voz presidencial russo Dmitri Peskov.

Ao mesmo tempo, o Kremlin referiu que fez contactos com a Turquia e a ONU sobre o futuro do pacto, assinado em julho.