O asteroide “2022 AP7 é provavelmente o maior Asteroide Potencialmente Perigoso descoberto em oito anos”, como o descrevem os autores do artigo publicado na revista científica The Astronomical Journal. Mas não precisa de ir a correr preparar-se para o Armagedão, estaremos a salvo do outro lado do Sol.

Para entrar na lista dos “potencialmente perigoso”, um asteroide tem de ter um diâmetro (ou comprimento) superior a 140 metros e passar a menos de 7,5 milhões de quilómetros.

O 2022 AP7, com um diâmetro estimado de 1,5 quilómetros, está entre os maiores dos maiores objetos conhecidos a cruzar a órbita da Terra.  E, verdade seja dita, se colidisse com o nosso planeta haveria uma extinção em massa como não se vê há milhões de anos, disse ao The Guardian Scott Sheppard, investigador no Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington. O investigador lembra que qualquer asteróide, como este, com mais de um quilómetro de diâmetro é considerado um “assassino de planetas”.

O investigador tranquiliza-nos, no entanto, referindo que quando cruzar a órbita da Terra — a linha imaginária que descreve a viagem em torno no Sol —, o nosso planeta estará do outro lado da estrela-mãe.

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Claro que o asteroide também continuará a descrever órbitas em torno do Sol, mas até que os astros se conjuguem (literalmente) para que viaje em direção à Terra podem passar várias centenas de anos — isto se, até lá, o asteroide não colidir com qualquer outro objeto celeste (ou com um fabricado pelo homem).

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A equipa coordenada por Scott Sheppard anda à procura de Objetos Próximos da Terra que viajem dentro da órbita do nosso planeta ou de Vénus. Uma área pouco estudada porque é mais difícil observar o que está fortemente iluminado pelo astro-rei do que “virar costas” e olhar em direção a Marte e mais além.

No artigo agora publicado, descrevem outros dois asteroides, incluindo 2021 PH27, com cerca de um quilómetro de diâmetro, que será potencialmente perigoso para Vénus dentro de mil anos. Tanto 2021 PH27 como 2021 LJ4 têm órbitas completamente interiores à da Terra eliminado o risco de colisão — isto se não mudarem a órbita.