A remuneração bruta total média mensal subiu 4% no terceiro trimestre do ano face ao mesmo trimestre de 2021, mas a inflação ditou um corte, em termos reais, de 4,7%, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o destaque divulgado, em termos nominais, excluindo o efeito da inflação, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador subiu 4% no trimestre terminado em setembro para 1.353 euros. A componente regular (que inclui o salário base e outras componentes regulares, como o subsídio de refeição, prémios ou diuturnidades, mas não os subsídios de Natal e férias) subiu 3,8% para 1.145 euros, enquanto a componente base (o salário base) cresceu 3,7% para 1.076 euros.

Só que tendo em conta a variação do índice de preços do consumidor, de 9,1% no trimestre terminado em setembro, a remuneração brutal total diminuiu 4,7% (enquanto a regular caiu 4,9%, tal como a base).

Os resultados abrangem 4,5 milhões de postos de trabalho, incluindo beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Salários sobem mais no setor privado e nas tecnológicas e menos nas grandes empresas

O INE salienta que, em comparação com setembro de 2021, os maiores aumentos nominais foram registados nas atividades de educação, nas empresas com entre um a quatro trabalhadores (6,6%), no setor privado (4,9%) e nas empresas de “serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento” (6,4%).

Já nas atividades de “administração pública e defesa; Segurança Social obrigatória” foi onde se verificaram os menores aumentos (0,5%), assim como nas grandes empresas com 500 ou mais trabalhadores (1,8%) e no setor das administrações públicas (2%), e nas empresas de “serviços financeiros com forte intensidade de conhecimento” (0,8%).

Em setembro, a remuneração total variou de 894 euros nas atividades de “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” e 2.793 euros nas “atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”, uma atividade em que o peso de trabalhadores no emprego total é baixa.

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