Se os resultados da eleição forem prenúncio de algo, Paulo Raimundo pode esperar um longo mandato pela frente. Jerónimo de Sousa esteve 18 anos como secretário-geral e na primeira vez que foi a votos quatro membros do Comité Central abstiveram-se. Na última eleição, Jerónimo teve um voto contra e, agora, o nome inesperado para muitos conseguiu “unanimidade” dos 128 membros do Comité Central que votaram. E são 128 votos porque, dos 129 membros do Comité Central há um que não votou: o próprio Paulo Raimundo.

Quatro anos de trabalho ‘operário’, três décadas de partido. Quem é Paulo Raimundo, o homem do diálogo que só quem anda na “luta” conhece

À semelhança do que Jerónimo de Sousa aplicou sempre que foi a votos, Paulo Raimundo optou por não participar no momento da votação do seu nome para secretário-geral. Numa reunião que demorou menos de uma hora, já com o resultado decidido à partida — ainda que até ao momento da votação pudesse haver alguma surpresa, comentavam os comunistas –, a única questão era saber efetivamente se algum membro do Comité Central estava contra a indicação de Paulo Raimundo para a liderança ou se se escusava a votar no nome do camarada, abstendo-se.

Os resultados, anunciados por Margarida Botelho, membro do secretariado do Comité Central, revelaram a eleição “por unanimidade”: “Na reunião de hoje [sábado] o Comité Central elegeu Paulo Raimundo como secretário-geral do PCP. A proposta dos organismos executivos foi aprovada por unanimidade, Paulo Raimundo entendeu não votar na sua eleição.”

Na curta declaração, Margarida Botelho deixou ainda uma afirmação saída da reunião do Comité Central: “O Comité Central transmite aos trabalhadores, à juventude e ao povo português a determinação do PCP em lutar por um país desenvolvido e soberano, por um mundo de paz, pela liberdade, democracia e socialismo e é isso que vamos fazer.”

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