Seis jovens que pertencem ao movimento da greve climática estudantil foram esta tarde recebidas por António Costa Silva, ministro da Economia, mas a reunião terminou com as ativistas coladas ao chão deste ministério. E cinco delas acabaram por ser detidas pela polícia.

Tal como estas jovens já tinham avançado, o principal objetivo era pedir a demissão do responsável pela pasta da Economia e, no final do encontro, António Costa Silva confirmou que a sua saída “era o ponto central das reivindicações dos jovens”. No entanto, disse o ministro, a sua demissão nunca foi uma hipótese. “Se eu me demitir, isso não vai acrescentar nada.”

“Mas também estava à espera que houvesse propostas“, referiu Costa Silva, acrescentando que não foi apresentada “nenhuma” ideia de mudança.

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“Nós estamos a responder à ameaça climática, é preciso acelerar as respostas. E nós temos todo um conjunto de políticas, que tive oportunidade de explicar, nomeadamente na área da descarbonização”, acrescentou, aproveitando para dar o exemplo de que “o país emitia quase 70 milhões de toneladas de CO2 em 2005” e estas emissões foram, no últimos anos, reduzidas em 58%.

Enquanto as jovens estavam coladas ao chão deste ministério e outros ativistas estavam deitados na entrada do edifício, Costa Silva dizia que a carta que lhe foi apresentada “tinha vários factos falsos”. “Tinham outras questões, nomeadamente que eu era contra os impostos excessivos às companhias petrolíferas, quando fui a primeira pessoa no Parlamento a avançar com isso.”

A terminar as suas declarações, Costa Silva adiantou apenas que esperava que “as forças policiais lidem com lisura”. E, em relação aos protestos que decorrem fora do edifício, o ministro referiu que “não basta falar de justiça climática, mas também de justiça humana”.

Cinco da seis jovens, duas delas menores, que estiveram na reunião colaram as mãos ao chão e acabaram por ser detidas pela PSP e levadas para a esquadra situada no Martim Moniz. Os ativistas que estavam à porta do Ministério da Economia deslocaram-se então para junto da esquadra. Ao final da noite, a Lusa revelou que as jovens foram libertadas e serão ouvidas em tribunal esta quarta-feira.