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A guerra na Ucrânia aproxima-se rapidamente do marco dos dez meses de duração — já no próximo dia 24 de dezembro — e, para o Presidente Volodymyr Zelensky, há um cenário que traria o conflito a um ponto final. Em entrevista a David Letterman para o programa My Next Guest Needs No Introduction, da Netflix, Zelensky antecipou que, com a morte do homólogo russo, Vladimir Putin, a guerra acabaria.

“Suponha que Putin apanha uma pneumonia e morre, ou acidentalmente cai de uma janela e morre. Esta guerra continuava?”, questionou o apresentador. O líder ucraniano já tinha a resposta pronta, afirmando simplesmente: “Não. Não haveria guerra”.

Para Zelensky, o facto da Rússia estar tão dependente do líder russo significa que as instituições do país invasor deixariam de trabalhar caso morresse. “Um regime autoritário é terrível e é um grande risco, uma vez que tudo depende de uma pessoa. Sendo assim, quando uma pessoa vai embora, as instituições param, tal como aconteceu no tempo da União Soviética”, explicou, citado pelo Ukrainska Pravda.

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“Acredito que se se ele não estivesse lá, seria difícil para eles. Teriam de focar-se na política interna e não externa”.

A entrevista de Letterman a Zelensky foi gravada num bunker subterrâneo numa plataforma de metro ativa na capital ucraniana. Durante a conversa entre os dois, perante os olhares de uma pequena audiência, era possível ouvir o som dos metros a passar e, a certa altura, das sirenes que alertam para os ataques aéreos.

“Consegues ouvir as sirenes?”. Desta vez a pergunta parte de Zelensky. “Sim, consigo”, responde o apresentador, perguntando o que se pode fazer nestas situações. “Nada”, retorna simplesmente o líder ucraniano.

O episódio da quarta temporada de My Next Guest Needs No Introduction estreia já esta segunda-feira. A guerra não foi o único tema em destaque e o líder ucraniano também foi questionado sobre os seus planos para o futuro. Mas por agora, não tem previsões. “Não estou a pensar nisso agora, não estou pronto”.

Apesar da falta de planos, já sonha com uma vitória. “Quero muito ir até à costa. Para ser honesto contigo, David, quero muito ir até ao mar depois de ganharmos a guerra. E gostava muito de beber uma cerveja”, admitiu. Até lá, garante que vai permanecer no cargo, até à “vitória” da Ucrânia.