António Costa revelou, em entrevista à Visão, que o Estado vai dar uma nova prestação extraordinária de 240 euros, destinada a apoiar as famílias mais vulneráveis, tendo em conta o aumento do custo de vida. Ao contrário do que aconteceu em setembro, em que o pagamento era para todas as pessoas com rendimentos brutos até 2700 euros, desta vez trata-se de um apoio exclusivo para um milhão de famílias vulneráveis.

A prestação será aprovada, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros e os pagamentos começam a ser feitos a partir de dia 23 de dezembro. Trata-se de uma prestação única, paga integralmente através dos meios normais da Segurança Social.

De acordo com a Visão, este apoio extraordinário abrange as famílias que já receberam, este ano, duas tranches de 60 euros cada, no final dos primeiro e segundo trimestres, ou seja, as famílias que são também abrangidas pela tarifa especial de eletricidade ou recebem prestações mínimas, nomeadamente o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.

A medida em causa vai custar ao Estado 240 milhões de euros e, segundo o primeiro-ministro, pretende mitigar os efeitos dos aumentos dos preços, realçando que “a inflação atinge de maneira muito desigual as várias camadas da população”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

lL diz que número de famílias vulneráveis revela “falhanço total” da gestão do país

A IL defendeu esta quarta-feira que haver um milhão de famílias vulneráveis a necessitar de um novo apoio extraordinário “revela um falhanço total das medidas económicas e sociais” que o PS tem adotado, considerando “absolutamente lamentável” esta “pobreza recorrente e persistente”.

Em declarações à agência Lusa, o deputado da IL Rui Rocha reagiu ao anúncio do primeiro-ministro, António Costa, de que haverá uma nova prestação extraordinária de 240 euros para famílias vulneráveis, considerando que apoios direcionados às pessoas mais carenciadas “fazem sentido em momento de crise” como o atual.

“O que não faz sentido é que estejamos a falar de um milhão de famílias, ou seja, dois milhões, três milhões de pessoas, que têm necessidade desse apoio“, lamentou.

Para Rui Rocha, “é inaceitável” que ao fim de sete anos de governação de António Costa ainda haja “dois, três milhões de portugueses que precisam deste tipo de medidas”.

“Isso é absolutamente lamentável, revela um falhanço total das medidas económicas e sociais que nomeadamente o PS tem adotado. Esta pobreza recorrente, persistente de que não se consegue fazer libertar as pessoas é de facto constrangedor numa sociedade que nós queremos que seja uma sociedade digna e uma sociedade com equilíbrio entre as pessoas que a compõem”, enfatizou.

O deputado liberal afirmou ainda que “não é possível aceitar que haja tantas pessoas em situação de carência e que precisem deste tipo de medidas” e perguntou a António Costa “como é que ele se sente quando recorrentemente há este tipo de situações a abranger muito mais pessoas do que aquilo que seria aceitável“.

“Cada vez que alguma coisa destas acontece é o reconhecimento implícito do falhanço na gestão do país, no falhanço da gestão social e económica do país”, disse.