O ministro cessante Pedro Nuno Santos pediu para sair do Secretariado Nacional do PS e vai requerer a suspensão de mandato do seu lugar de deputado no Grupo Parlamentar socialista por 30 dias.

Estas duas decisões de Pedro Nuno Santos, que esta quarta-feira é substituído no Governo nas suas pastas ministeriais por João Galamba (Infraestruturas) e Marina Gonçalves (Habitação), foram confirmadas à agência Lusa por fonte partidária.

Cabeça de lista socialista por Aveiro nas últimas eleições legislativas e apontado com um dos potenciais candidatos à sucessão de António Costa na liderança do PS, Pedro Nuno Santos demitiu-se do Governo na passada quarta-feira à noite para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a décima a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

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Em 27 de dezembro, o ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu Alexandra Reis das funções de secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de a ter convidado para este lugar no Governo e ao fim de quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros que esta gestora de carreira recebera da TAP, empresa então tutelada por Pedro Nuno Santos.

Alexandra Reis recebeu uma indemnização por sair antecipadamente, em fevereiro, de administradora executiva da transportadora aérea. Em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV) e em dezembro assumiu as funções de secretária de Estado do Tesouro.

A decisão de indemnizar Alexandra Reis, noticiada pelo Correio da Manhã, foi criticada por toda a oposição e, inclusivamente, por vários dirigentes do PS, e posta em causa pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Após o anúncio da saída de Alexandra Reis, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou esse processo junto da TAP, também pediu a demissão do Governo, o que levou logo a seguir Pedro Nuno Santos a solicitar ao primeiro-ministro a sua exoneração do executivo.

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