Esta segunda-feira, na apresentação de Roberto Martínez enquanto novo selecionador nacional, Fernando Gomes aproveitou o discurso que levou preparado para elencar as prioridades não só do ano de mandato que lhe resta como do eventual sucessor.

“Apesar de o nosso mandato terminar no final do ano civil de 2024, cumpre-me tomar todas as decisões de gestão que assegurem uma transição segura e tranquila para o meu sucessor ou para a minha sucessora. Isso significa, por exemplo, liderar a candidatura ao Mundial 2030, pensar e executar o plano para o futebol português em 2030, reforçar os laços com parceiros, negociar patrocínios e receitas que até vão para lá de 2026, melhorar as competições da Federação Portuguesa de Futebol, dar todas as condições às seleções nacionais e, claro, definir contratos com treinadores e treinadoras. Até ao último dia na Cidade do Futebol, é isso que podem esperar de mim”, garantiu o presidente da FPF.

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Ou seja, em resumo, Fernando Gomes não escondeu nem quis esconder que a candidatura à organização do Mundial 2030, em conjunto com Espanha e Ucrânia, é a grande prioridade institucional e desportiva da Federação nos próximos anos. Numa altura em que ainda subsiste o rumor de que Cristiano Ronaldo, agora ligado ao Al-Nassr, poderá ser embaixador da candidatura da Arábia Saudita, da Grécia e do Egito a esse mesmo Campeonato do Mundo — ou seja, em rota de colisão com as pretensões portuguesas — Portugal anunciou esta segunda-feira um trunfo claro nessa demanda.

Ora, de um momento para o outro e depois de ter tido apenas dois treinadores estrangeiros e ambos brasileiros, a Seleção Nacional terá um timoneiro espanhol, sem qualquer ligação ao futebol português e até com poucas provas dadas ao mais alto nível. Contudo, Roberto Martínez tem essa nacionalidade espanhola que junta o útil ao agradável: na janela temporal em que se vai decidir quem é que fica com o Campeonato do Mundo de daqui a sete anos, Portugal e Espanha estão ainda mais unidos por um selecionador espanhol que vai liderar os jogadores portugueses.

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