O ministro das Infraestruturas, João Galamba, assinalou esta terça-feira que há “grandes oportunidades para os portos” portugueses e que estes podem ser fundamentais para o crescimento da economia do país, garantindo que o Governo quer envolver os trabalhadores.

“Há grandes oportunidades para os portos. Quis discutir essas oportunidades e essa visão com os trabalhadores e dizer-lhes de forma muito clara que entendo que é uma grande oportunidade, um momento muito importante, onde os portos podem assumir o papel de que o país precisa para que a economia possa crescer e que, obviamente, tentamos construir esta estratégia, esta visão em forte colaboração e diálogo com os trabalhadores”, disse João Galamba após uma reunião com estruturas sindicais representativas das administrações portuárias, em Lisboa.

O ministro das Infraestruturas, empossado na semana passada, afirmou a vontade em envolver os trabalhadores nesta estratégia e fez um balanço positivo do encontro.

Não construiremos esta agenda nas costas de trabalhadores, queremos envolvê-los, e esta reunião teve essencialmente esse objetivo: apresentar e ouvir também as preocupações dos trabalhadores”, referiu, acrescentando que foi “uma reunião que correu bastante bem”.

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Para o ministro, antigo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, os portos são “determinantes para a economia do país”, face ao papel das exportações e do comércio externo, mas que podem melhorar em várias áreas.

O governante considerou que os portos podem ser mais eficientes, mais produtivos e podem melhorar a sua operação em áreas como a digitalização ou da transição energética.

“A digitalização é muito importante para a melhoria da eficiência operacional destas infraestruturas e a transição energética pode ser também uma forma de reduzir significativamente custos, tornar os portos mais competitivos e também representar um conjunto de novas atividades”, sublinhou o governante.

João Galamba salientou a produção eólica offshore, que “tem nos portos um dos seus pilares e, portanto, vai atrair muito investimento”.

Além disso, há também projetos de combustíveis sintéticos, como amónia ou metanol, que têm “uma componente fundamental de atividade portuária”, bem como o abastecimento de navios.

O ministro pediu três meses para avançar com plano de desenvolvimento dos portos, um prazo que considerou “obviamente necessário”.

“Estes três meses são obviamente necessários para nós. Há estratégias que vêm do passado e que importa consolidar a respeitar e há desafios novos e, portanto, este período é necessário para nós arrumarmos a casa, para estudarmos os dossiês, para termos as nossas ideias bem assentes”, apontou.

A greve dos trabalhadores das administrações portuárias, iniciada em 22 de dezembro passado e que deveria prolongar-se até 30 de janeiro, foi desconvocada na segunda-feira devido à “abertura ao diálogo” manifestada nesse dia pelo ministro das Infraestruturas, segundo fonte sindical.

Em vigor desde 22 de dezembro do ano passado, a greve dos trabalhadores das administrações portuárias deveria prolongar-se até 30 de janeiro, abrangendo os portos do continente, Madeira e Açores.