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Não há outra solução. Para o Presidente ucraniano é imperativo os aliados enviarem tanques de batalha ocidentais. Esta sexta-feira, Volodymyr Zelensky voltou a insistir sobre a necessidade de receber este tipo de armamento, após uma nova reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia na base aérea norte-americana de Ramstein.

“Sim, deveremos ainda bater-nos pelo fornecimento de tanques modernos, mas cada dia se torna mais evidente que não existe outra solução além de uma decisão sobre os tanques”, afirmou Zelensky no seu discurso diário.

Apesar de os parceiros ainda não terem chegado a um acordo sobre o envio de tanques, o líder ucraniano mantém-se otimista. “Os nossos parceiros têm uma atitude de princípio, apoiarão a Ucrânia enquanto necessário para a nossa vitória”, acrescentou.

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Apesar de pressão de Zelensky, Alemanha mantém braço de ferro e ainda não decidiu se envia tanques Leopard-2 à Ucrânia

Durante a reunião, os aliados ocidentais da Ucrânia não chegaram a acordo sobre a entrega de tanques, em particular devido à ausência de autorização da Alemanha.

As expectativas de Kiev eram fortes antes deste encontro de 50 países destinado a coordenar a ajuda militar dos aliados contra Moscovo, com a Ucrânia a aguardar obter o armamento necessário para desencadear uma nova ofensiva conta as tropas russas.

Zelensky, que na quinta-feira apelou aos ocidentais a aumentarem “consideravelmente” as suas entregas, felicitou-se esta sexta-feira pela reunião em Ramstein. O líder ucraniano considera que as decisões da reunião vão “reforçar a resiliência” ucraniana.

Assim, referiu-se a “várias centenas de veículos de combate acrescentados ao arsenal” ucraniano e “resultados significativos relacionados com lança-foguetes e sistemas aéreos”.

No mesmo encontro, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse que é relevante que os aliados não se atrasem na ajuda a Kiev, incluindo a Alemanha, que tem sido criticada pela resistência em autorizar a cedência de tanques de guerra Leopard 2, de fabrico alemão.

Para o secretário de Defesa dos EUA, a Alemanha é “um aliado confiável”, apesar da sua relutância em fornecer tanques de guerra pesados à Ucrânia. No entanto, reconhece que “todos” podem fazer mais para apoiar Kiev.

“Eles são fiáveis há muito tempo e acredito sinceramente que continuarão a ser um aliado no futuro“, explicou Austin, referindo-se à Alemanha.

No âmbito da mesma reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, e segundo fontes diplomáticas citadas pelas agências internacionais, o Governo alemão adiou a decisão sobre o fornecimento de tanques de combate Leopard 2 a Kiev, afirmando que vai rever as reservas e disponibilidade deste material.

Portugal esteve representado nesta reunião pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras. No mesmo dia foi divulgado que Portugal vai enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando “para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal” fornecido ao país, anunciou a ministra da Defesa.

14 blindados, geradores e munições. Portugal anuncia novo pacote de ajuda militar à Ucrânia

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.