Grelha e dor. Estas são duas palavras que se podem juntar quando se fala da opção estilística da BMW de fazer crescer a sua grelha frontal, a ponto de suscitar o desagrado de alguns fãs da marca, desgostosos com o contínuo incremento de tamanho do característico componente em forma de duplo rim. Mas outros indefectíveis do construtor alemão defendem precisamente o contrário, reconhecendo que a gigantesca grelha contribui enormemente para reforçar a identidade dos modelos, do pequeno X1 ao grande Série 7, sem esquecer os novos veículos 100% eléctricos do fabricante alemão. Sabe-se agora que, aparentemente imune à controvérsia que rodeia a grelha da discórdia, a BMW planeia fazê-la crescer (ainda) mais.
Esboços patenteados pela marca e divulgados pela Auto Express revelam que a sua equipa de design está concentrada em dar um novo “rosto” aos futuros modelos da BMW, o que passa pela inclusão de uma grelha frontal tão grande que faz a actual parecer pequena. De acordo com a documentação submetida à Organização Mundial da Propriedade Intelectual para o registo da patente, a grelha que potencialmente os próximos lançamentos da marca vão ostentar não se destina apenas a impactar a vista. Indo de um extremo ao outro do veículo, vai passar a incluir os grupos ópticos, bem como parte do hardware que suporta o funcionamento dos sistemas de segurança e de assistência à condução (ADAS, da sigla em inglês para Advanced Driver Assistance Systems).
A informação que consta do processo leva a crer que, com esta opção, a BMW pretende associar um estilo marcante a um conjunto de inovações tecnológicas, na medida em que é suposto a nova grelha integrar aquilo que a marca designa por “Tecnologia Condutora de Luz”, solução que não só admite a projecção luminosa de informações para os outros utilizadores da via pública, de condutores a peões, como também suporta diferentes padrões de assinatura luminosa para as chamadas day running lights. Igualmente sinónimo de sofisticação é o facto de a marca prever que a construção da sua futura grelha integra um material que lhe permite passar de transparente a opaca e vice-versa.
Resta aguardar pelas próximas movimentações em Munique para clarificar até que ponto a BMW está disposta a ir estilisticamente. Mas, a avaliar pela “premonição” do seu CEO, o futuro dos automóveis modernos passa inevitavelmente pela ruptura com elementos até aqui convencionais, como os ecrãs. Oliver Zipse disse acreditar que estes vão desaparecer e ser substituídos por um head-up display tal como a grelha esboçada nestes desenhos – gigantesco, a toda a largura do pára-brisas. E a marca já está a trabalhar nisso…
