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O 350.º dia de guerra na Ucrânia ficou marcado pela visita surpresa do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao Reino Unido. Em Londres o chefe de Estado teve uma agenda preenchida, marcada pelo encontro com o primeiro-ministro Rishi Sunak, o discurso perante o parlamento britânico e um encontro com o Rei Carlos III, no Palácio de Buckingham.

Zelensky oferece capacete de piloto da Força Aérea ucraniana ao Reino Unido: “Temos a liberdade, deem-nos asas para a proteger”

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Após a visita a Londres o líder ucraniano já seguiu para Paris, onde se encontrou com o homólogo francês, Emmanuel Macron, e com o chanceler alemão, Olaf Scholz. Volodymyr Zelensky pediu aos parceiros que enviem caças e mísseis de longo alcance, enquanto Emmanuel Macron e Olaf Schloz prometeram continuar ao lado da Ucrânia. Na quinta-feira o chefe de Estado ucraniano já estará em Bruxelas para participar numa reunião do Conselho Europeu.

A embaixada russa em Londres criticou a viagem ao Reino Unido, que descreveu como “precipitada”, uma “performance teatral” e uma “angariação de fundos”. Vimos um “ex-comediante numa sweatshirt verde em digressão pela Europa”, atirou a diplomacia russa.

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta quarta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O músico britânico Roger Waters, co-fundador dos Pink Floyd e opositor da política ocidental na Ucrânia, foi criticado por vários diplomatas no Conselho de Segurança das Nações Unidas após alegar que a invasão russa foi provocada.
  • A Rússia ampliou esta quarta-feira, a lista de sanções contra cidadãos norte-americanos com a introdução de 77 novos nomes. Foram sancionados governadores, políticos e membros das respetivas famílias.
  • Em entrevista ao jornal Le Figaro, o Presidente ucraniano disse ter visto mudanças no homólogo francês desde os comentários em que disse que a paz deve ser construída sem que a Rússia seja humilhada, declarações que não foram vistas com bons olhos por Kiev.
  • O jornalista de investigação norte-americano Seymour Hersh apontou a marinha dos Estados Unidos como a responsável pelas explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, em setembro do ano passado. Num artigo publicado esta quarta-feira, disse que mergulhadores norte-americanos aproveitaram os exercícios navais da NATO para colocarem explosivos nos gasodutos.
  • O O líder ucraniano sublinhou a importância da Ucrânia receber mais equipamento ocidental, estabelecendo três prioridades: veículos blindados, caças e mísseis de longo alcance. Zelensky disse que o envio destes equipamentos para evitar a estagnação da guerra.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O primeiro-ministro britânico garantiu ao Presidente Volodymyr Zelensky que o Reino Unido vai permanecer ao lado da Ucrânia. Sobre a hipótese de enviarem caças para Kiev, Rishi Sunak disse que “nada está fora de questão”, mas lembrou o longo período de treino que seria necessário para preparar os pilotos ucranianos. Admitiu que o treino da Força Aérea ucraniana em aviões padrão da NATO é “um passo para poder fornecer aviões mais sofisticados”, mas que isso é “um processo” que “leva tempo”.
  • O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que os aliados da Ucrânia poderão fornecer o primeiro batalhão de Leopard-2 nos primeiros três ou quatro meses de 2023.
  • A embaixada da Rússia no Reino Unido já reagiu ao possível envio de caças por Londres, uma hipótese que foi admitida pelo ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, e que Volodymyr Zelensky abordou na sua visita. De acordo com o corpo diplomático russo citado pela Reuters, o envio de caças terá “consequências políticas e militares” não só no continente europeu, como também em “todo o mundo”.
  • Investigadores internacionais apontaram “fortes indícios” de que o Presidente russo, Vladimir Putin, enviou aos separatistas ucranianos o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014.
  • O primeiro-ministro António Costa disse que três dos tanques Leopard-2 que Portugal possui podem ser dispensados para a Ucrânia já em março. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se de acordo com o envio deste armamento, afirmando que a ajuda de Portugal está “em linha” comparativamente à capacidade de outros países.
  • O Rei Carlos III encontrou-se esta terça-feira com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Segundo a Sky News, o monarca disse estar encantado por receber o líder ucraniano no Palácio de Buckingham. “Posso dizer-lhe que todos temos estado preocupados consigo e a pensar no seu país há muito tempo”, afirmou.
  • O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, está “ativamente” a avaliar a hipótese de o Reino Unido enviar caças para a Ucrânia, indicou um porta-voz do primeiro-ministro. Em declarações à BBC, um porta-voz de Rishi Sunak disse que o governo ainda não tomou uma decisão sobre a entrega dos caças, mas já quer começar a treinar os pilotos ucranianos no seu uso.
  • A ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, reafirmou a intenção de Portugal em enviar tanques Leopard-2 para a Ucrânia, adiantando que o governo continua as conversações com a Alemanha para recuperar os modelos que tem ao dispor.
  • Boris Johnson não demorou a reagir ao agradecimento direto que Zelensky lhe dirigiu por ter promovido a “união” relativa à ajuda à Ucrânia. O ex-primeiro-ministro britânico aproveitou para reforçar as pretensões de Zelensky, que apelou ao envio de aviões caças do Reino Unido para a Ucrânia.
  • O Rei de Espanha apelou esta segunda-feira aos países africanos para rejeitarem a guerra “injustificada” na Ucrânia e “trabalharem em conjunto” na proteção da ordem internacional, assegurando o respeito pela soberania e integridade de todos os Estados.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly, já reagiu ao discurso do Presidente da Ucrânia, que descreveu como “poderoso”. James Cleverly deixou claro que o país vai apoiar a Ucrânia “até à vitória” e que a “liberdade vai vencer”.

  • O Reino Unido aproveitou a visita do Presidente Volodymyr Zelensky para anunciar novas sanções contra a Rússia. Entre os sancionados estão seis entidades que fornecem equipamentos militares, como drones, a Moscovo. Encontram-se ainda na lista oito indivíduos e uma empresa conectada a “redes financeiras nefastas que ajudam a manter a riqueza e o poder entre as elites do Kremlin”.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Um incêndio deflagrou numa refinaria de petróleo na região de Rostov, no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia. O fogo começou por volta das 10h24 locais (7h24 em Lisboa), avançou a imprensa estatal russa. Este é o segundo caso em dois dias.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, conversou esta terça-feira com Antony Blinken sobre os “preparativos” para o primeiro aniversário da “invasão russa em grande escala”, que se assinala a 24 de fevereiro. No Twitter, Kuleba escreveu ainda que na conversa foram abordados tópicos como “nova ajuda militar” e “novas sanções à Rússia”.
  • A Rússia acusou a embaixada dos EUA no país de espalhar “fake news” sobre a invasão da Ucrânia. De acordo com o The Guardian, que cita uma reportagem da TASS, Moscovo ameaçou expulsar do país os diplomatas americanos envolvidos em “atividades subversivas”.
  • São mais de 4.306 os cidadãos que renunciaram à cidadania russa em 2022, quando Moscovo invadiu a Ucrânia. De acordo com a Nexta, deste total, apenas 40 pessoas se encontravam na Rússia, estando as restantes no estrangeiro.
  • Os Comités Olímpicos e Paralímpicos dos países nórdicos emitiram um comunicado onde se manifestam contra a participação russa e bielorrussa nos próximos Jogos Olímpicos, que se realizam em Paris em 2024. “Agora não é a altura certa para considerar o seu regresso; esta é a nossa posição”, lê-se na declaração da Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia e Noruega. No mesmo dia o presidente ucraniano voltou a pedir à comunidade internacional que proteja a Carta Olímpica e participe na sua campanha para impedir que atletas russos participem na competição.
  • O secretário da Defesa Nacional e do Conselho de Defesa da Ucrânia disse esperar que uma nova ofensiva russa atinja o nordeste de Kharkiv e o sul de Zaporíjia. Em entrevista à agência Reuters, Oleksiy Danilov considerou que “é claro” que serão feitas “tentativas de ofensiva” nessas regiões. “O sucesso que eles [os russos] terão dependerá de nós”, acrescentou.