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À chegada ao Parlamento britânico, Volodymyr Zelensky foi ovacionado e muito aplaudido. Instantes depois começava, visivelmente emocionado, o seu discurso em Westminster Hall. Os iniciais agradecimentos pela ajuda do Reino Unido a Kiev deram lugar a palavras de gratidão dirigidas aos pilotos da Força Aérea ucraniana. “O Rei [Carlos III] é um piloto e, na Ucrânia, hoje em dia, todos os pilotos da Força Aérea são reis. Para nós, apenas, claro, para as nossas famílias”, disse, anunciando que tinha uma prenda para dar aos britânicos. Um capacete branco de um piloto, um dos “Ases” que defendem os céus da Ucrânia, foi oferecido ao presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle.

“Temos a liberdade, deem-nos asas para a proteger” é a frase que está escrita no capacete, um “símbolo” para ajudar a Ucrânia a alcançar aquele que será o “próximo esforço conjunto”: o envio de aviões de combate para a Ucrânia.

Para o Presidente ucraniano, os pilotos da Força Aérea do país, que já “são poucos”, merecem os melhores aviões possíveis para continuarem a ajudar o país na linha da frente. Por isso, no discurso, Zelensky agradeceu antecipadamente “pelos aviões ingleses bem poderosos”.

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Quando saí do Parlamento britânico há dois anos agradeci-vos, na altura, por aquele delicioso chá inglês. Eu vou sair hoje [esta quarta-feira] do Parlamento agradecendo-vos, desde já, pelos aviões ingleses bem poderosos”, salientou Zelensky.

Agradecimentos terminados, o Presidente da Ucrânia passou a falar sobre a vitória da Ucrânia na guerra, uma vitória que “vai mudar o mundo”. “Nós sabemos que a liberdade vai prevalecer”, disse, acrescentando que sabe que a “Rússia vai perder a guerra”.

Muito aplaudido pelos deputados britânicos, Zelensky contou uma história da sua primeira viagem a Londres, em 2020, ainda antes do início da guerra. Nessa altura, numa visita às salas de guerra de Churchill, foi convidado a sentar-se numa poltrona utilizada pelo ex-primeiro-ministro britânico. Quando se sentou sentiu “alguma coisa”, mas só agora consegue precisar o que foi: “O sentimento de como a coragem nos faz ultrapassar as maiores dificuldades” para “alcançar a vitória final”.

Sob o olhar atento de Boris Johnson, a quem agradeceu pela “coragem e carácter” de ajudar a Ucrânia “desde o primeiro dia, desde os primeiros segundos”, Zelensky reiterou a necessidade de responsabilizar as ações da Rússia com a criação de um “tribunal especial” que julgue a agressão levada a cabo contra a Ucrânia e de um mecanismo de compensação financiado com os bens russos que foram congelados. Enquanto Kiev não alcança a vitória que almeja, a “batalha continua” e os esforços da guerra são “pagos” com “vidas, dor e lágrimas”.

Pagamos isso com as vidas dos nossos homens, dos nossos heróis, que correm riscos de vida, todos os dias, para salvar tantos civis quanto possível”, acrescentou.

Ainda no parlamento britânico, o Presidente da Ucrânia já antecipava o encontro com o Rei Carlos III. O momento, que viria a acontecer alguns minutos após o fim do discurso, foi descrito como “muito especial” tanto para si, como para a Ucrânia.