As contas bancárias do ex-árbitro Bruno Paixão, assim como as de vários outros jogadores suspeitos de corrupção desportiva com ligações ao megaprocesso por que o Benfica está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Polícia Judiciária, vão ser analisadas.

A notícia está a ser avançada esta sexta-feira à noite pela CNN Portugal, que explica que os extratos bancários em questão chegaram “recentemente” ao processo.

Árbitro Bruno Paixão terá recebido milhares de euros do “saco azul” do Benfica, SAD encarnada arrisca descida de divisão

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No que diz respeito a Bruno Paixão, em causa estarão os pagamentos de vários milhares de euros alegadamente feitos em 2015 ao então árbitro de futebol por uma empresa propriedade de José Santos Bernardes, amigo do então diretor financeiro do Benfica, empresa essa que funcionaria, suspeita a investigação, como “saco azul” do clube da Luz.

Há um ano, quando foi revelado o seu alegado envolvimento no caso, Bruno Paixão assegurou que “nunca foi corrompido”, que jamais favoreceu o Benfica e revelou até que, uma vez, terá deixado Luís Filipe Vieira, ex-Presidente do clube, “de mão estendida”. Em entrevista ao Expresso, o ex-árbitro, que explicou que os pagamentos que recebeu por parte da empresa de José Santos Bernardes se terão devido a uma colaboração para implementar um sistema de controlo de qualidade, mostrou-se na disposição de apresentar às autoridades os documentos agora apensos ao processo. “Tenho vontade de levantar o meu histórico bancário, entregá-lo e ser ouvido, para limpar a minha imagem”, disse na altura.

Bruno Paixão garante nunca ter sido “corrompido” e diz estar em “falência técnica”

De acordo com a CNN Portugal, a Polícia Judiciária terá encontrado, na agenda do empresário José Santos Bernardes, pelo menos duas entradas que indiciarão pagamentos feitos a Bruno Paixão, alegadamente sob a falsa cobertura de prestação de serviços informáticos — “bp 12.800 e 13.300 euros” e “ligar bruno p. 908,83 e 3206,16”.

Ainda segundo o canal, Bruno Paixão, que constava como trabalhador de uma das empresas em nome do empresário — e que a investigação acredita que terão recebido cerca de um milhão de euros por parte do Benfica —, com contrato assinado e cessado no mesmo dia, 1 de junho de 2015, terá recebido 8.856 euros nesse mesmo ano, através da empresa de informática que detinha.