O bispo de Beja, D. João Marcos, sugeriu que os padres suspeitos de abuso sexual de menores que demonstrem estar arrependidos poderão ser perdoados pela Igreja Católica. “Todos somos pecadores, todos somos limitados, todos temos falhas”, afirmou esta terça-feira em declarações à SIC.

Para o clérigo, o “perdão é o novo nascimento”, por isso “se realmente as pessoas estão arrependidas do que fizeram e fizerem penitência e repararem o mal que fizeram” poderão ter esse “novo nascimento”, que não pode ser desvalorizado. Questionado pela estação televisiva sobre se os casos suspeitos devem ser investigados pelos tribunais, D. João Marcos afirmou que “a justiça é como que a estrutura, que segura, que dá firmeza, a este edifício que é a caridade, que é o perdão, que é a misericórdia”.

Na entrevista, o bispo de Beja explicou ainda que existem “nove situações” identificadas na diocese, mas que não sabe os nomes dos padres suspeitos de abusos porque saiu mais cedo da reunião da Conferência Episcopal. Questionado sobre o que fará com os clérigos suspeitos disse que “cada caso é um caso”. “A decisão que tomarei [sobre cada um] dependerá em grande parte desta segunda análise de casos”, explicou, acrescentando que dos quatro casos que apresentou foram apenas “valorizados um ou dois”.

Como avançou o Observador, D. João Marcos foi o único bispo português que não foi entrevistado pela comissão independente que investigou os abusos sexuais de menores na Igreja Católica. Na altura, tinha dito que não o fez porque se esqueceu de responder ao pedido da comissão. Agora, esta terça-feira, referiu também que sofreu há alguns anos um AVC que lhe deixou algumas mazelas, incluindo o esquecimento.

Abusos na Igreja. Bispo de Beja diz que não respondeu ao pedido de entrevista da comissão independente porque se esqueceu

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