A China vai alargar a concessão de vistos a estrangeiros a partir de quarta-feira, quase três anos de suspensão na sequência da pandemia de Covid-19, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país.

Turistas com vistos válidos emitidos antes de 28 de março de 2020, data em que foi decretado o encerramento quase total das fronteiras chinesas a estrangeiros, vão voltar a poder entrar no país asiático, informou, em comunicado, o departamento de assuntos consulares daquele ministério.

Nos últimos meses, a China voltou a atribuir vistos a alguns turistas de negócios, estudantes e pessoas com familiares na China.

“Com o objetivo de facilitar ainda mais o intercâmbio entre a China e o exterior”, as agências “vão voltar a processar vários tipos de vistos”, referiu o comunicado.

As autoridades chinesas também anunciaram a retoma das políticas de entrada sem visto para quem viaje até à ilha de Hainão, no sul do país, ou que entrem na cidade de Xangai, no leste chinês, num navio de cruzeiro.

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As embaixadas chinesas em vários países, incluindo Estados Unidos, Luxemburgo, Canadá, Argentina e Coreia do Sul, especificaram que os “vários tipos de vistos” citados pelo departamento incluem vistos de viagem.

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Na segunda-feira, a embaixada chinesa em Lisboa anunciou que, também a partir de quarta-feira, passageiros com destino à China oriundos de Portugal não terão mais de apresentar um teste de ácido nucleico negativo para a Covid-19 ao embarcar.

“Face ao desenvolvimento da situação epidémica e à necessidade de facilitar as trocas de pessoal, a partir de 15 de março de 2023, os passageiros dos voos diretos de Portugal para a China estão autorizados a usar testes antigénio (incluindo autoteste), em vez de testes de ácido nucleico”, conhecidos como PCR, lê-se no comunicado, publicado em chinês, no portal da embaixada.

Portugal integra uma lista de 32 países a partir de onde não é preciso mais apresentar um teste PCR negativo para o vírus ao embarcar para a China.

Na sexta-feira, as autoridades chinesas incluíram também Portugal num segundo lote de países para onde vão permitir a realização de viagens de turismo em grupo.

No início de fevereiro, Pequim voltou a permitir o turismo em grupo para cerca de 20 países, incluindo destinos como Tailândia ou Indonésia. A partir de 15 de março, os turistas chineses que viajarem em grupos organizados poderão visitar mais 40 países, incluindo ainda Brasil, França ou Espanha.

Segundo dados facultados à Lusa por Tiago Brito, o representante permanente do Turismo de Portugal na China, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019, o ano antes da pandemia. Os turistas oriundos da China gastaram, no total, 224 milhões de euros no país, um crescimento de 20% face a 2018.

A China, o maior emissor de turistas do mundo, manteve as fronteiras encerradas durante quase três anos, no âmbito da política de “zero casos” de Covid-19, que foi desmantelada, em dezembro passado, após protestos ocorridos em várias cidades do país.

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No âmbito daquela política, quem chegava ao país tinha que cumprir um período de quarentena, que chegou a ser de três semanas, em instalações designadas. O número de voos internacionais foi reduzido até 2% face ao período anterior à pandemia.

A ligação aérea direta entre Portugal e a China passou a ser feita apenas uma vez por semana. Até ao início da pandemia, o voo realizava-se três vezes por semana.