O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) admitiu esta quarta-feira a suspensão das greves convocadas pela plataforma de nove organizações sindicais, mas reafirmou que a decisão depende das negociações e “está nas mãos do Ministério” da Educação.

“Aquilo que esperamos é que o Ministério nos dê razões para que não tenha de ser concretizado este plano de luta e só nos pode dar razões com as posições que surgirem nas reuniões”, disse Mário Nogueira.

Em declarações aos jornalistas à entrada do Ministério da Educação, que volta esta quarta-feira a receber as organizações sindicais, o dirigente sindical não afastou a possibilidade de suspender as paralisações previstas até ao final do ano letivo, considerando que é esse o objetivo no momento em que são convocadas.

Numa altura em que deverão arrancar novas negociações sobre diferentes temas, cujo calendário será definido na reunião desta quarta-feira, Mário Nogueira disse que a concretização da luta e das greves “está mais nas mãos do Ministério do que nas mãos dos sindicatos e dos professores”.

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A partir de segunda-feira, arrancam greves ao serviço extraordinário, ao sobretrabalho, à componente não letiva e ao último tempo letivo de cada professor. Estão também previstas novas greves por distrito entre 17 de abril e 12 de maio, uma greve nacional em 6 de junho e às avaliações finais do ano letivo.

A propósito da reunião com o ministro João Costa, que começou pelas 09h30, com cerca de meia hora de atraso, Mário Nogueira disse não ter expectativas concretas, referindo que se trata de uma reunião pré-negocial e, por isso, aguarda as propostas da tutela.

Em cima da mesa estão a correção de assimetrias decorrentes do congelamento das carreiras e de desigualdades na redução de componente letiva dos professores em monodocência, a redução da burocracia nas escolas, e a regularização de vínculos de técnicos superiores e especializados.

Sobre o primeiro tema da agenda, o secretário-geral da Fenprof sublinhou que a correção de assimetrias implica a recuperação integral do tempo de carreira, uma das principais reivindicações dos professores, sob pena de “corrigir umas assimetrias e aprofundar outras”.

Também à entrada do Ministério da Educação, o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) lamentou que a tutela não tenha dado a conhecer às organizações, antes da primeira reunião, as propostas que estarão em discussão.

Quanto à greve em curso convocada por aquele sindicato, André Pestana disse que o STOP está “disponível para tudo”, mas relatou que os docentes defendem que não podem parar agora.

“Dizia-se que lutar não valia a pena durante a ronda negocial e demonstrou-se que sim”, defendeu o dirigente sindical.