A Sonae garante que não vai mudar o preço que oferece pela Sonaecom, no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que está a decorrer. Em declarações escritas a vários órgãos de comunicação social, João Dolores, administrador financeiro da Sonae, garante que “o preço da OPA não vai mudar. É um preço que consideramos justo e não temos qualquer intenção de o alterar”.

A Sonae oferece 2,5 euros por cada ação que não detém da Sonaecom. Alguns acionistas minoritários, tal como o Observador já noticiou, revelaram a intenção de não vender a esse preço, por considerar que a soma das partes da Sonaecom vale mais do que esse valor. E contestaram que esse valor sirva também para uma eventual oferta potestativa, caso a Sonae consiga mais de 90% do capital.

Para a Sonae, “a oferta é uma oportunidade única para os acionistas minoritários venderem as suas ações a um valor substancialmente superior à cotação da ação nos últimos anos e que foi, aliás, validado pela própria CMVM”, realçando que “o prémio pago é de 25% face à cotação do último fecho antes do anúncio da OPA e de 33% face à média dos 6 meses anteriores. Nos três anos que antecederam a oferta a ação nunca atingiu este valor”.

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Mas, acrescenta, “cada acionista da Sonaecom deve agora fazer a sua própria avaliação sobre as condições da oferta e tomar uma decisão até ao dia 14 de abril”.

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A Sonae garante, desde já que “se não atingirmos os 90% do capital social, como exigido pela CMVM, a empresa irá manter-se cotada em bolsa. É um cenário possível e com o qual vivemos bem. Acreditamos que a retirada de bolsa seria o cenário mais vantajoso para todos, quer para a Sonae, que simplificaria a sua estrutura societária, quer para os restantes acionistas da Sonaecom, que poderiam vender a um preço muito superior ao registado pela ação antes do lançamento da OPA. Mas se não tivermos investidores em número suficiente a querer aproveitar esta oportunidade, a Sonaecom manter-se-á em bolsa e prosseguirá com a sua estratégia ambiciosa de investimento nos sectores de telecomunicações e novas tecnologias”.

João Dolores conclui dizendo que a Sonae está confortável em relação ao futuro.

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