Na região espanhola das Astúrias, 35 concelhos registaram, apenas na manhã desta sexta-feira, 121 incêndios florestais, mais 31 do que na noite passada. Segundo as autoridades, a onda de incêndios foi provocada, propositadamente, por incendiários com “conduta criminosa”, deixando 375 pessoas desalojadas na zona oeste das Astúrias e levando ao corte de várias autoestradas, incluindo a que faz ligação com a Galiza.

As condições meteorológicas, como os ventos fortes, a pouca humidade e as altas temperaturas, que atingiram, esta quinta-feira, níveis recorde (mais de 30º), têm dificultado o combate às chamas, que afetam, sobretudo, os municípios de Allande, Tineo, Villayón e Valdés, a norte de Espanha.

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Durante a madrugada desta sexta-feira, o fogo também atingiu o Monte Naranco, uma serra junto à cidade regional de Oviedo, onde as chamas estavam “descontroladas”, informam os bombeiros ao El Comercio, havendo fortes possibilidades de o fogo danificar os templos católicos de Santa María del Naranco e San Miguel de Lillo, considerados Património da Humanidade pela UNESCO em 1985.

Até agora, segundo o El País, foram mobilizados para esta zona 700 operacionais, incluindo uma Brigada de Reforço de Incêndios Florestais, dezenas de viaturas terrestres, dois aviões de combate a incêndios e cinco helicópteros. Para aumentar a rede de apoio aos desalojados foram criados hospitais de campanha.

Perante este cenário, o ministro dos Assuntos Rurais e Coesão Territorial do Governo das Astúrias, Alejandro Calvo, comentou, nos canais televisivos locais, que os autores por detrás destes crimes “têm conduta criminosa e procuram fazer o maior estrago possível, colocando as pessoas em risco” e que devem ser fortemente condenados.

Também o Presidente das Astúrias, Adrián Bardón, numa publicação na rede social Twitter, acusou os incendiários de serem “verdadeiros terroristas, delinquentes e criminosos”.

Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, também já reagiu, através da mesma rede social, mostrando solidariedade para com as vítimas destes incêndios e agradecendo a prontidão e o trabalho dos bombeiros que lutam contra as chamas.

Sendo Espanha o país com mais área florestal ardida na União Europeia, as autoridades terão proibido o acesso aos trilhos florestais, a circulação de tratores e o uso de maquinarias nas florestas para evitar mais incêndios.