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O 420.º dia da guerra na Ucrânia fica marcado pelas declarações do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que levantou pela primeira vez a hipótese de fornecer armas à Ucrânia: “Se existir uma situação que a comunidade internacional não pode tolerar, como qualquer ataque em larga escala contra civis, massacre ou grave violação das leis de guerra”, pode tornar-se “difícil” para o país “insistir apenas em apoio humanitário e financeiro”.

A Rússia respondeu, prontamente, às declarações, com o Kremlin a garantir que a Coreia do Sul assumiu uma “posição bastante hostil”. Por outro lado, o antigo primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev observou que, até recentemente, Seul descartava completamente a possibilidade de enviar armas letais para a Ucrânia. E afirmou que “surgiram novas vontades de ajudar os inimigos”, deixando também uma reflexão: “Pergunto-me o que o povo sul-coreano dirá quando vir os mais recentes modelos de armas russas nos seus vizinhos mais próximos, os nossos parceiros norte-coreanos. O que é chamado de ‘Quid pro quo’ [uma contrapartida]”.

O que aconteceu durante o final da tarde e a noite?

  • A audiência de Jack Teixeira, alegado autor da fuga de informação que tornou públicos documentos secretos dos EUA, foi adiada a pedido da defesa. A nova sessão não tem ainda data marcada, sabendo-se apenas que o jovem permanecerá detido enquanto aguarda julgamento.

A história de Jack Teixeira: lusodescendente, respeitado no Discord, inimigo público dos Estados Unidos

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  • O Presidente do Brasil, Lula da Silva, não planeia, para já, uma visita oficial à Ucrânia, apesar do convite do governo ucraniano. De acordo com o que apurou a CNN Brasil junto a assessores presidenciais, não há qualquer viagem marcada e não há sequer uma perspetiva para que tal aconteça;
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou, esta quarta-feira, a região de Volhynia, localizada no extremo noroeste do país e que faz fronteira com a Bielorrússia e a Polónia, segundo anunciou nas redes sociais;
  • Os EUA anunciaram um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia. O pacote prevê o fornecimento de mais munições, incluindo artilharia pesada, e tem um valor de cerca de 325 milhões de dólares;
  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje uma ajuda de 100 milhões de euros aos agricultores dos países mais afetados pela isenção de taxas sobre importação de grãos e cereais da Ucrânia;
  • A ministra adjunta da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, deixou claro que a Ucrânia não vai anunciar quando é que a contraofensiva terá início, uma vez que se tratam de informações confidenciais;
  • O Procurador-Geral ucraniano, Andriy Kostin, referiu hoje numa comissão do Congresso norte-americano que Kiev já registou cerca de 80.000 incidentes de possíveis de serem considerados crimes de guerra, de acordo com a CNN Internacional;
  • Um objeto voador foi avistado nos céus de Kiev esta noite, acompanhado de relatos de um “forte clarão de luz”. A possível ameaça veio revelar-se falso alarme, com a administração militar regional a dar conta de que se trataria de um satélite da NASA desativado e que estava a reentrar na atmosfera;
  • As autoridades ucranianas refutaram as acusações da Rússia de que as forças de Kiev, antes de se retirarem de parte da cidade, teriam feito explodir quatro edifícios em Bakhmut e morto 20 civis. O exército de Kiev referiu-se à acusação como uma “provocação” de Moscovo.

O que aconteceu durante a manhã e o início da tarde?

  • A Ucrânia confirmou uma informação que já tinha sido avançada pela Polónia: será permitida a passagem de cereais e produtos alimentares ucranianos por território polaco;
  • A Rússia acusou a Ucrânia e as Nações Unidas de estarem a causar dificuldades nas inspeções de navios que transportam cereais dos portos ucranianos;
  • O vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksandr Kubrakov, disse que as inspeções de navios que estão incluídas no acordo para a exportação de cereais dos portos ucranianos do Mar Negro estão a ser retomadas;
  • Joe Biden anunciou esta terça-feira que a proibição de entrada e permanência de navios afiliados à Rússia nos portos dos EUA será alargada;
  • Drones russos atingiram Odessa durante a noite. O ataque causou um incêndio, mas não há registo de vítimas;
  • Na Sibéria, foi descoberto um cemitério com combatentes mortos do grupo Wagner.  Ao todo, 53 sepulturas foram encontradas, sendo que cada uma estava coberta com ramos e grinaldas;
  • A Rússia acusa as forças ucranianas de atingirem quatro edifícios residenciais na região de Bakhmut, matando 20 civis;
  • A Alemanha enviou um sistema de mísseis Patroit à Ucrânia, atualizando assim a sua lista de armas que entregou ao país que foi invadido pela Rússia há mais de um ano;
  • A Bulgária introduziu uma proibição temporária à importação de cereais da Ucrânia. O primeiro-ministro Galab Donev explicou que o país foi “forçado a adotar esta medida nacional porque as autoridades europeias ainda estão a ponderar uma medida adequada”;
  • A ministra da Defesa, Helena Carreiras, afirmou que a visita de Lula da Silva será uma oportunidade para explicar que Portugal “não está a dar armas à Ucrânia para apoiar uma agressão, mas para apoiar a resistência” à agressão.

Procurador-Geral da Ucrânia fala em 80 mil possíveis crimes de guerra russos. Kiev identificou 310 potenciais criminosos