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A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, apelou esta segunda-feira para o início das negociações este ano sobre a entrada da Ucrânia na União Europeia (UE), conforme exigido por Kyiv.

“Esperamos que a Ucrânia possa iniciar as negociações de adesão com a UE este ano”, disse Kallas, que falava ao lado do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma visita a Jitomir, no centro do país, 150 quilómetros a oeste de Kyiv.

A governante admitiu, no entanto, que será “um processo difícil” e que a Ucrânia deve “cumprir 100% das condições” estabelecidas pela UE.

“Acho que deveria aproveitar esta oportunidade, esta janela, para realizar reformas duras”, disse Kallas mais tarde numa sessão com estudantes.

Zelensky afirmou, por sua vez, que as discussões com a dirigente estónia foram “muito frutíferas”.

A Estónia é um dos principais apoiantes da Ucrânia desde a invasão da Rússia, em fevereiro de 2022. Esta foi a primeira visita de Kallas ao país após a vitória expressiva do seu partido no mês passado.

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Os líderes reuniram-se num edifício da administração de Jitomir, com sacos de areia empilhados do lado de fora das janelas, perto das ruínas de uma escola destruída por um míssil russo em março de 2022, que Portugal se comprometeu a reconstruir.

Kaja Kallas disse que, enquanto se espera uma contraofensiva ucraniana, o foco tem sido colocado em “armas, munições e formação” de militares, e pediu a outros países europeus que mostrem determinação e rapidez no fornecimento do armamento prometido a Kyiv.

A Ucrânia assegurou no início de março ter implementado as reformas exigidas pela UE com vista às negociações de adesão, que se prendem em particular com a luta contra a corrupção, um problema endémico no país e que se revelou num escândalo já em plena guerra de desvio de fundos destinados a alimentos para as suas tropas, o que levou a uma sucessão de demissões de altos dirigentes ucranianos.

Bruxelas concedeu a Kyiv o estatuto de candidato oficial à UE em junho de 2022, quatro meses após o início da invasão russa.

A abertura das negociações de adesão é uma decisão que deve ser tomada pelos Estados-Membros por unanimidade, sob proposta da Comissão.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.