O principal opositor público do regime de Nicolás Maduro, Juan Guaidó, saiu da Venezuela numa altura em que se especulava que estaria a ser preparada a sua detenção. Segundo confirmou o próprio numa publicação nas suas redes sociais, o responsável atravessou a fronteira “a pé” e irá participar numa cimeira organizada pelo Presidente colombiano, Gustavo Petro, para debater a crise na Venezuela.

“Acabo de chegar à Colômbia, tendo vindo da mesma forma que milhões de venezualanos antes de mim: a pé“, confirmou Juan Guaidó, acrescentando que a sua saída da Venezuela – a primeira desde 2000 – é feita no contexto de uma cimeira que acontece nesta terça-feira na Colômbia. Porém, o momento escolhido coincide, também, com vários rumores que surgiram nos últimos dias de que o principal opositor de Maduro estaria a procurar asilo na embaixada de França em Caracas.

Há várias semanas que existem informações de que o regime de Maduro estaria prestes a prender Guaidó, no âmbito de uma pretensa operação anti-corrupção. “Neste caminho que segui, sempre houve riscos. E não estou a falar, apenas, dos últimos quatro anos, infelizmente passei os últimos 10 anos a ir a tribunais ver líderes sob julgamento e a ir a funerais de pessoas jovens assassinados pela ditadura… É sempre um risco enfrentar uma ditadura”, afirmou Guaidó ao espanhol El Mundo há poucas semanas.

A rede de corrupção montada pela “bolha elitista” da Venezuela que incluía esquemas de prostituição, luxo e a “Rainha das Frutas”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No comunicado divulgado esta terça-feira, Guaidó confirma que na Colômbia irá ter encontros com “membros da diáspora venezuelana que foram expulsos por Maduro”. “Espero que esta cimeira possa garantir que o regime de Maduro volte para a mesa das negociações no México e se aceite um calendário credível para que haja eleições livres e justas”, afiança o opositor venezuelano. Essa é uma referência às negociações que estão a decorrer no México, promovidas por mediadores noruegueses, e que estão num impasse desde o final do ano passado.

Juan Guaidó acrescenta, porém, que “nos últimos dias, o regime voltou a aumentar as ameaças” contra si, acusando Maduro de o querer “silenciar”. “Não vou permitir a Maduro que faça isso”, garante.