O antigo dirigente socialista Francisco Assis manifestou, esta sexta-feira, repúdio pela manifestação convocada pelo Chega, para sábado, em frente à sede do PS, em Lisboa, acusando este partido de vandalismo institucional e de recorrer a uma linguagem mussoliniana.

Na quinta-feira, na Assembleia da Republica, o presidente do Chega, André Ventura, afirmou que o objetivo é “fazer um cerco à sede do PS para mostrar indignação à forma têm governado o país”.

Numa nota enviada às redações, Francisco Assis considera que a manifestação que o Chega realizará no sábado, no Largo do Rato, em Lisboa, “deve merecer um veemente e explícito repúdio de todos os democratas portugueses” e adverte que podem estar a ser violados os valores democrático-constitucionais.

“Estamos perante um ato que ofende os princípios basilares de uma sociedade democrática, injuria todos os militantes de um partido político e comporta um implícito apelo a comportamentos violentos. A linguagem mussoliniana usada pelo Chega contende com os valores democrático-constitucionais vigentes e anuncia uma escalada verbal que deve suscitar a atenção dos titulares dos órgãos de soberania”, avisa o antigo dirigente socialista.

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O atual presidente do Conselho Económico e Social (CES) e antigo líder parlamentar socialista (que explicita que a nota é enviada a título pessoal) refere ao falar-se em cercar uma sede partidária “já se está para além de tudo o que é aceitável numa sociedade livre e pluralista”.

“O Chega optou pelo caminho do vandalismo institucional e da retórica antidemocrática, não ignorando as trágicas consequências que daí poderão advir. Estamos diante de um comportamento de tal modo impróprio e perigoso que não pode contar com a condescendência do nosso silêncio”, acrescenta Francisco Assis.

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